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Enlatados
Quando se vai fazer compras metade delas estão metidas em latas. São os enlatados e muitas pessoas torcem o nariz pois não acham de confiança o que está lá dentro. Mas rendem-se. Durante quase 100 anos, as latas foram feitas à mão. Com a revolução industrial, a procura aumentou, fazendo com que as mãos fossem substituídas por máquinas. Hoje, estima-se que sejam produzidos 200 mil milhões de recipientes. Portugal tem longa tradição na preparação de conservas e de enlatados. Na década de 1940, foi mesmo o maior exportador de conservas do Mundo. Porque este é um setor que nasceu e cresceu alimentado pela guerra. As tropas de Napoleão estavam a morrer. Mais de fome e de sede do que dos ferimentos de combate. A crise foi tal que, em 1795, o Governo francês ofereceu um prémio de 12 mil francos a quem apresentasse uma forma eficiente de preservar os alimentos…
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Jardim das Pichas Murchas
Muitas gargalhadas e fotografias já teve a Placa do Jardim das Pichas Murchas que está fica localizada no Bairro do Castelo. Os turistas ficam deliciados quantos os guias traduzem o nome da placa e parece que é uma romaria para verem a placa. Não é um jardim e é um espaço pequeno, não tem nada de murcho ou que possa murchar. Mas em tempos este pequeno largo na Rua de São Tomé, juntava a terceira idade do bairro em tertúlias. Um calceteiro, chamado Carlos Vinagre, começou a chamar aquele sítio o jardim das pichas murchas, dada a quantidade de velhos que não tinham actividade sexual e por isso ficavam por ali sentados a jogar à sueca e a contar as duas recordações de aventuras de quando eram novos. O nome pegou, e todos homens e mulheres estão de acordo ,e nem mesmo uma tentativa da Junta de Freguesia de mudar…
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Green Hill
Quem dançou no Green Hill levante o dedo. A discoteca Green Hill, que fica na Foz do Arelho marcou gerações, e hoje é uma autêntica ruína. De Lisboa saíam carros e motos rumo ao Green Hill. Fazia parte da romaria dos anos 80, que não tinha medo de fazer quilómetros até às discotecas, nem de soprar o balão da policia. Hoje não passa de um esqueleto de betão. Foi em 1980 que o Green Hill abriu portas, num sítio ermo, mas numa colina perto do mar. Um projecto que viria a ser um sucesso. O filho do dono , Ricardo Romão, também era DJ destacado. O episódio mais trágico desta história ocorreu numa madrugada de Setembro de 1996 quando Luís Romão foi baleado num assalto a saída do Green Hill com as receitas da noite, tendo ficado incapacitado. Os donos costumavam dizer que durante 30 anos só houve um fim-de-semana…
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O Banco
Tinha lido sobre um Banco onde ninguém se senta no Viaduto Pacheco Pereira e lá fui investigar e a pergunta impõe-se: O que faz um banco no meio do nada, entre uma arriba e uma das estradas mais movimentadas de Lisboa? Quem passa pelo Viaduto Duarte Pacheco, antes de chegar às bombas de gasolina das Amoreiras, já teve ter feito essa pergunta várias vezes, a olhar para este mobiliário urbano, virado para a parede como estivesse de castigo. Para que serve o banco afinal? É simples: para sentar. Quem? As pessoas que vieram passear para esta zona semi-ajardinada entre uma estrada de seis faixas e uma escarpa. E por que raio alguém há de querer vir passear para uma zona verde entre uma via rápida e um calhau? Por causa do calhau. E temos de recuar 97 milhões de anos atrás, altura em que o mar chegava ali. Vivia-se no…
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Pense, reflita e…escape!
Tenho pena que Portugal não pense igual. A Bélgica declara livrarias como lugar de “primeira necessidade”, por isso não fecharão durante a pandemia. Além das farmácias, supermercados e hospitais, o país da Europa Ocidental tem declarado que as livrarias são também um espaço de primeira necessidade para que se mantenham em funcionamento face a quarentena. Há países onde os livros são considerados um produto vital em tempos de lockdown. E a Bélgica, deixa-me feliz e até cheia de esperança, porque as livrarias permanecem abertas, para quem quer sonhar acordado. A dona da livraria Toutes Directions, no centro de Liège, na Bélgica, diz: “Quero ter itens que sejam populares agora”. “As pessoas não podem viajar e eu vendo livros de viagens”. “Vendo também outras coisas: livros de receitas, histórias de viagens que permitem que as pessoas viagem através do olhar de outra pessoa. Dada a orientação da livraria, o atendimento é…
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Ginjinha
Muito doce ou apenas doce, está na moda beber uma ginjinha antes ou depois do jantar, ou até pela noite fora. Ginjinha ou simplesmente ginja, é um licor obtido a partir da maceração da fruta da ginja, similar à cereja, muito popular em Portugal, especialmente em Lisboa, em Óbidos, em Alcobaça e no Algarve. Foi um espanhol de sobrenome Espinheira que criou a ginjinha.. A ideia era deixar ginjas a fermentar na aguardente com açúcar, água e canela. O sucesso foi tanto, que Espinheira abriu um estabelecimento no Largo São Domingos. Hoje a Ginjinha é paragem obrigatória para turistas e lisboetas e há filas de gente para se comprar um copinho de ginjinha. Mas por toda a Lisboa há quiosques, tabernas a vender e parece que é um bom negócio. Antigamente muitas mães davam uma colher de ginjinha ou seja um gole para as crianças curarem doenças infantis. Não sei…
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Excursões da Pandeireta
Quem não tem dinheiro para viajar de avião e fazer férias “a larga”, há um conceito de viajar em autocarros, económico e onde as pessoas passam rapidamente de desconhecidos a quase amigos. Eu já experimentei e fiquei logo com a ideia que o que era preciso é aproveitar tudo. Temos de acordar cedo, dorme-se por isso pouco e visita-se tudo. Desde um pelourinho que ninguém ouviu falar, até umas árvores que são centenárias temos de ver tudo e sair e entrar da camioneta uma série de vezes. As refeições são sagradas e aí passa-se pelo menos, 2 horas a mesa. Depois do almoço são kms a andar de camioneta e quase toda a gente faz uma sesta, até que chega a altura das cantorias onde saem dos sacos umas pandeiretas e então é cantar até fartar. Segue-se o Jantar e ainda há um passeio pela cidade para quem tem pernas.…
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Etiqueta
Eunice Gaspar resolveu e bem, escrever um manual a definir comportamentos adequados. Nasceu em Coimbra e é jornalista há 15 anos. Trabalha na Revista Nova Gente onde faz entrevistas e artigos. Teve um blogue e nunca parou a sua formação. Diz ela neste “Livro de Etiqueta”, que ele ajuda a viver melhor em sociedade. Respeitando a etiqueta tradicional o livro entra pela etiqueta nas redes sociais, no trânsito e da conselhos para termos uma boa vizinhança. Li-o de ponta a ponta e confesso que aprendi imenso. O livro aconselha a não atirar beatas pela janela! Acho muito bem pois no meu prédio atiraram e queimaram o toldo do restaurante e houve discussão brava. Parabéns!
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Durante a queda aprendi a voar
Durante a queda aprendi a voar! O que dizer sobre Raul Minh’Alma que se tornou num fenómeno na literatura e conseguiu conquistar um público que gosta da sua maneira de escrever. A escrita é simples, directa e solta. Autor mais vendido de 2020, best seller, escreve muito bem e as suas frases de auto ajuda, são perfeitas! Nasceu em 1992 em Março de Canaveses e cedo deu lhe para escrever poesia. Licenciou-se em Engenharia mas tenho a certeza que a vai arruma-la numa gaveta. A sua carreira de escritor tem sido um êxito. Anda por muito lado: teatro, poesia e romance! Livro atrás de livro, vai construindo se calhar, sem dar por isso , uma marca no romance em Portugal. Não se chama Raul, é humilde e gosta de contar que na sua primeira sessão de autógrafos não apareceu ninguém, e agora passados alguns anos, são filas e filas de gente. Este livro é uma história perfeita de amor entre Teresa…