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“On The Road” de Jack Kerouac
Apesar de ser um clássico, nunca tinha lido nada deste autor. Segundo o que investiguei, ele é adepto de um estilo que definiu como “prosa espontânea”, totalmente autobiográfica. Foi um precursor da Geração Beat. Em “On The Road“, conhecemos a história de dois amigos que atravessam a América várias vezes, explorando uma América profunda, repleta de paisagens deslumbrantes, onde conseguimos quase sentir a mudança das temperaturas e das estações. Estes dois amigos vivem de forma descompensada, com muito consumo de drogas, álcool e sexo. Diz-se que o livro foi escrito em apenas uma semana, com o autor, sob o efeito de anfetaminas, a passar dias inteiros a escrever sem parar. É considerado a obra-prima de Jack Kerouac. Peguei no livro e li-o quase de uma vez só, pois as personagens têm uma dimensão profundamente humana. Sam, o protagonista, é o alter ego do próprio autor. Fiquei com vontade de fazer…
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007 – Sem Tempo Para Morrer
Em boa hora, a plataforma de streaming “Prime Video” disponibilizou os filmes das aventuras de 007. No fim de semana, ao fazer uma pesquisa, descobri a mais recente aventura: “007 – Sem Tempo Para Morrer“. Decidi assistir. A primeira cena é genial, uma sequência de tirar o fôlego. Muito bem editada, com planos rápidos e carregados de ação, que, no fundo, são a marca registada destes filmes. Este é o vigésimo quinto filme da série, lançado em outubro de 2021, mas só agora tive a oportunidade de o ver. Segue a linha do que já estamos habituados, com exceção do final surpreendente. Daniel Craig mantém o protagonismo. James Bond decide deixar o MI6 e mudar-se para a Jamaica, mas, mais uma vez, os serviços secretos precisam dele. Um cientista é raptado, e o ex-agente 007 percebe que a missão de resgate é, na verdade, uma corrida contra o tempo para…
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“Vemo-nos em Agosto” Gabriel García Márquez
Todos os anos, a 16 de agosto, Ana Magdalena Bach apanha o ferry que a leva até à ilha onde está enterrada a sua mãe. Leva-lhe flores e aproveita a noite para tentar encontrar alguma felicidade. Por isso, espera ansiosamente por este dia. Um ano de sonhos e expectativas. No fundo, vive uma existência miserável, marcada pelo desgaste do casamento. É este o ponto de partida para o maravilhoso livro de Gabriel García Márquez, “Vemo-nos em Agosto” . Quando o autor começou a escrever este conto, já se encontrava no final da sua vida, mas, mesmo assim, sinto toda a sua genialidade. É Gabriel García Márquez no seu melhor, com uma escrita profundamente emotiva e carregada do seu estilo inconfundível. O livro foi lançado dez anos após a sua morte, precisamente no dia em que completaria 97 anos. Na verdade, é o seu último livro. Li-o numa tarde, com uma…
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“O desaparecimento de Stephanie Mailer” de Joël Dicker
Joël Dicker é atualmente um dos escritores mais populares, com vendas impressionantes. A sua escrita é cativante: parágrafos curtos e diálogos abundantes que incentivam o leitor a virar a página. Este estilo, simples e envolvente, revela-se uma fórmula vencedora, especialmente para os novos leitores. Já li outros livros de Joël Dicker e este padrão de escrita é inconfundível. Em “O Desaparecimento de Stephanie Mailer“, a experiência de leitura faz-me sentir como se estivesse a jogar Cluedo: as pistas vão surgindo e tentamos adivinhar quem é o assassino. No entanto, sinto que este livro se alonga desnecessariamente; parece ter 100 páginas a mais, e a trama poderia ser resolvida de forma mais rápida. A história decorre numa pequena cidade nos arredores de Nova Iorque, onde ocorre um quádruplo homicídio. O presidente da câmara, a sua mulher, o filho e uma residente local são brutalmente assassinados. Apesar de extenso, o livro mantém…
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“Sempre” uma série sobre o 25 de abril
Tenho assistido cada vez menos televisão. No meu tempo livre, dedico-me a ler ou a praticar desporto. Quando vejo televisão, procuro apenas conteúdos de elevada qualidade. Chamaram-me a atenção para a série “Sempre”, da RTP. Trata-se de uma produção de Manuel Pureza, que narra seis histórias interligadas, passadas entre a noite de 24 e a manhã de 26 de abril de 1974. A série está bem produzida, mas o que mais me cativou foram os testemunhos no final de cada episódio. São relatos de pessoas que viveram durante o Estado Novo e sentiram aqueles dias de perto. Sendo um admirador do ponto de vista histórico desta fase da vida em Portugal, assisti a esta minissérie com muito prazer. Os episódios estão disponíveis na RTP Play ou no Prime Video. Se gostam de história, não devem perder!
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“No País das Últimas Coisas” de Paul Auster
Cada vez que leio algo de Paul Auster, fico com a sensação de estar a ler o mais genial autor desta era. Criativo e inovador, não consigo parar de ler, como se fosse um sopro. “No País das Últimas Coisas” conta a história de Anna Blume e da sua busca pelo irmão desaparecido numa cidade sem nome. É uma cidade que vive uma realidade muito diferente da nossa, mas que me remeteu para uma ditadura em algum lugar do mundo. Vive-se numa miséria total onde o governo cria regras que me fazem lembrar o Estado Novo. O livro é extenso, mas cativou-me de tal forma que o li rapidamente. Aqui, as personagens têm uma dimensão humana. Paul Auster não nos transporta para um mundo imaginário, mas para algo que reflete os nossos dias. A cada capítulo que lia, sentia um aperto no peito. É uma obra imperdível, para ler e…
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“O meu nome é Lucy Barton” de Elizabeth Strout
Que livro bonito! Adoro ler na praia; é relaxante. Sol, mar e um bom livro. “O meu nome é Lucy Barton” é uma história sobre amor. Uma mãe acompanha a sua filha no hospital após uma operação. As coisas não correram bem, e a paciente tem de ficar mais alguns dias a recuperar de uma infeção. O livro faz uma viagem ao interior dos personagens, revelando suas histórias e permitindo-nos sentir o amor entre as pessoas. É uma obra doce. Já tinha lido outras obras de Elizabeth Strout e achava que ela escrevia sem muita pontuação. No entanto, aqui, ela demonstra toda a sua capacidade narrativa e seu lado sensorial. Gostei imenso! A leitura é muito fácil. Embora haja momentos mais duros, a vida é assim mesmo. É perfeito para ler na praia em duas tardes..
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“Jogo final” de Daniel Cole
Tenho lido coisas muito interessantes, histórias com personagens de grande profundidade emocional. Para desanuviar, alterno com leituras mais leves. Sem querer menosprezar, a literatura policial é um género que, na sua construção, acaba por ser bastante repetitivo. É de fácil leitura, mas pode tornar-se cansativo por isso. Admito que, tão cedo, não voltarei a pegar neste género. “Jogo Final” de Daniel Cole não é um livro mal escrito. A trama gira em torno de um agente da polícia reformado, encontrado sem vida num quarto fechado por dentro, com todos os indícios a apontarem para suicídio. Uma equipa é então formada para desvendar este mistério. Com diálogos curtos, parágrafos concisos e muita ação, é o típico livro para se ler na praia, mas que provavelmente não deixará grandes memórias no futuro. Depois desta leitura, senti a necessidade de fazer uma pausa nas minhas aquisições de livros policiais. Estou cada vez mais…
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“Estrada para Los Angeles” de John Fante
De férias e a desfrutar, aproveito o tempo para pôr a leitura em dia. Já me tinha cruzado com este livro e acabei por comprá-lo: “Estrada para Los Angeles“, que conta a história de Arturo Bandini, um jovem de 18 anos cheio de sonhos. As fantasias são tão mirabolantes que passei o tempo todo a sorrir. Arturo Bandini vive com a mãe e a irmã em San Pedro, o porto de Los Angeles. Com a morte do pai, tem de assumir responsabilidades e começa a trabalhar, apesar de não ter maturidade para isso. É um universo de fantasia, cheio de disparates, mas quem nunca passou por essa fase de amadurecimento? O livro foi publicado em plena Depressão Económica Americana e revela a dificuldade de uma família italiana na integração numa nova vida. “Estrada para Los Angeles” é uma obra de fácil leitura; li em duas tardes na praia. Ao terminar…