Coisas Boas em Alta
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    Os clássico do cinema Português em novas versões

    Num abrir e fechar de olhos, deparei-me com as novas versões dos grandes clássicos do cinema português. Leonel Vieira é o responsável por esta empreitada, tendo realizado, de seguida, os filmes que vimos dezenas de vezes e que tantas vezes nos fizeram sorrir. Pegar no Pátio das Cantigas ou em O Leão da Estrela é um risco enorme. Os originais marcaram uma época e a inevitável comparação com estas novas versões torna-se, por vezes, até cruel. Tentei ver os filmes de mente e coração abertos, pronto para acolher estas novas interpretações. Mas foi missão impossível — estão a anos-luz dos originais, em praticamente todos os aspetos. Porquê mexer no passado? A tentativa de o modernizar com abordagens atuais nem sempre faz sentido. As interpretações da nova geração procuram replicar os trejeitos do elenco clássico, mas soam forçadas e sem graça. Na nova versão, O Leão da Estrela é adepto dos…

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    The Last of Us

    Nunca fui grande fã de ficção científica.Tudo o que remete para um mundo desconhecido deixa-me sempre com muitas dúvidas. Há umas semanas, uma amiga falou-me de “The Last of Us”, um jogo de consola que foi adaptado para série. Por curiosidade, decidi ver.Retrata uma realidade que, de certa forma, faz lembrar a pandemia da COVID.Um mundo dominado por um fungo.Os infetados sofrem uma mutação que os torna agressivos, tentando eliminar os humanos. No centro da história está uma adolescente imune e um herói encarregado de a levar a um centro médico, na esperança de criar uma vacina e salvar o mundo.A primeira temporada acompanha a jornada intensa destes dois protagonistas. Gostei imenso do que vi. A narrativa tem momentos de cortar a respiração e os efeitos visuais são impressionantes!Vi a primeira temporada num abrir e fechar de olhos.Fez-me olhar para o género da ficção científica com outros olhos , fiquei…

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    “O Diário do Meu Desaparecimento” de Camilla Grebe

    Foi uma colega de trabalho que me ofereceu O Diário do Meu Desaparecimento, de Camilla Grebe. Disse-me que era um policial leve e de leitura fácil.De facto, é um livro de leitura fluída, graças ao ritmo acelerado da narrativa, mas de leveza tem pouco. Nada sabia sobre a autora, apenas descobri depois que Camilla Grebe, sueca de nascimento, escolheu Cascais como lugar para viver. Ao que parece, trocou o frio gélido do Norte da Europa pelo clima mais ameno de Portugal. Quanto ao livro, deixou-me inquieto. Retrata a vida de refugiados no país de acolhimento, muitas vezes marcada por condições miseráveis. A autora descreve com mestria a vida numa pequena aldeia sueca, senti o frio escandinavo em cada capítulo. A descrição dos espaços é, sem dúvida, uma das suas grandes qualidades. A narrativa é rápida, repleta de diálogos.Cada capítulo tem o nome de uma personagem e é narrado na primeira…

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    The White Lotus terceira temporada

    Acabei ontem de ver a terceira temporada de The White Lotus.Sinto que, das três, esta é a mais fraca, o que não quer dizer que seja má, longe disso.A série continua a respeitar os momentos de pausa, de respiração, com personagens de grande profundidade emocional.E aqui há de tudo: pessoas desequilibradas, malformadas, famílias disfuncionais ou simplesmente gente à procura do amor. Tudo acontece ao longo de uma semana de férias num resort na Tailândia.Logo no primeiro dia, os hóspedes são convidados a deixar os seus telemóveis, ou seja, a ligação com o mundo exterior, com o objetivo de fazerem uma verdadeira desintoxicação digital. Durante essa semana, vamos descobrindo as histórias individuais de cada personagem. The White Lotus é muito mais do que uma série de entretenimento, é um momento inquietante do ponto de vista emocional. O final é surpreendente.Gostei muito do que vi e recomendo vivamente.Está disponível na plataforma Max.

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    A Canção de Lisboa (2016)

    No outro dia, estava com vontade de ver um filme e acabei por tropeçar na nova versão de A Canção de Lisboa. A versão original, de 1933, já a vi dezenas de vezes e sempre me divertiu imenso. Apesar de ser uma comédia leve e despretensiosa, continua a ser divertida. Sendo um clássico do cinema português, fazer uma nova versão é sempre arriscado, mas a curiosidade levou-me a assistir. Claramente, esta nova Canção de Lisboa tem um ritmo mais acelerado e está atualizada para os tempos modernos. Por exemplo, as tias da versão original são agora um casal de namoradas, o que já mostra que esta adaptação tem pouco a ver com o filme de 1933. A base pode ser semelhante, mas o argumento é praticamente novo. O César Mourão não é ator de formação, mas cumpre bem o papel, interpretando Vasco com naturalidade. Aliás, o César Mourão da vida…

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    “Anna nos trópicos” de Nilo Cruz

    Estou tão farto da chuva e deste mau tempo. Antes de sair, penso duas vezes, mas este sábado decidi ir aos Recreios da Amadora, onde habitualmente reside a Companhia de Teatro dos Aloés. Nunca tinha ouvido falar de Nilo Cruz, mas, numa pesquisa rápida, percebi que é um dramaturgo da nova geração cubana. No passado, existia a figura do leitor, alguém contratado para ler durante as horas de trabalho nas fábricas. Acho esta ideia maravilhosa: muitos trabalhadores que nem sabiam ler acabavam por ter acesso às grandes obras da literatura. Tudo era usado para animar o ambiente, desde as notícias do dia até aos grandes clássicos. Este espetáculo transporta-nos para uma fábrica em Tampa Bay, cidade situada na costa do Golfo do México, onde existe uma grande comunidade cubana. A fábrica produz o famoso charuto cubano. O antigo leitor faleceu e é preciso contratar um novo. Chega então à fábrica…

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    Sétima Legião ao vivo no casino do Estoril

    Sexta-feira, e as autoridades recomendavam que as pessoas ficassem em casa. A tempestade ainda se fazia sentir, o caos nas ruas de Lisboa era evidente, com árvores derrubadas pelo vento. Mas a Sétima Legião atuava no Casino do Estoril. Uma banda que tinha encerrado atividade em 2000, mas que naquela noite de sexta-feira prometia animar o público. Saí de casa com muitas horas de antecedência, pois não tinha a noção de como estaria o trânsito a caminho do fim de semana, ainda mais com uma tempestade em atividade. Cheguei cedo e, por isso, decidi entrar na sala de jogo para tomar um café. Estranhei o facto de terem ficado com todos os meus dados do Cartão de Cidadão, fazendo uma cópia de ambos os lados. Nem sei se isso é legal! A sala do concerto era o espaço onde o Casino costuma realizar os seus eventos. Um lugar lindíssimo, cheio…

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    The Pitt

    Não sou grande fã de hospitais, sou até daqueles que desmaiam ao sentir dor. Por isso, ver “The Pitt” parecia algo muito improvável. Mas a verdade é que fiquei rendido logo nos primeiros minutos. Cada episódio desta temporada retrata uma hora de um único turno numa sala de emergência médica, onde tudo pode acontecer. Há estagiários sem experiência que, ao longo das horas, vão ganhando conhecimento prático.Há um médico sénior com um vasto conhecimento, mas também com um lado humano muito especial. Cada médico do turno tem a sua própria história, para além do que acontece dentro da sala de emergência. São apenas 15 episódios, ou seja, 15 horas da rotina de um grande hospital. E, tal como em Portugal, as horas de espera são gigantes. Há muito sangue ao longo da série, o que me deixou desconfortável. O que mais me prendeu foi, acima de tudo, a dimensão emocional…

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    Gilsons

    Todas as semanas, desde 2019, converso em direto na rádio com Ricardo Castanheira. O Ricardo é jurista especializado em direito internacional, provavelmente um dos maiores na sua área. Domina todos os dossiês, com especial destaque para os direitos de autor. Por isso, não foi surpresa a Sony Music tê-lo recrutado para a sua equipa. Um dia, decidimos que as nossas conversas poderiam ganhar uma nova dimensão se o Ricardo me apresentasse uma canção. Sei que faz um grande esforço para surpreender os nossos ouvintes com escolhas inesperadas. Recentemente, apresentou um projeto que desconhecia: os Gilsons. Um trio formado por José Gil, Francisco Gil e João Gil — respetivamente, filho e netos de Gilberto Gil. Fiquei rendido. No dia seguinte, durante a minha rotina matinal (barbear e duche), pus o disco a tocar. Que maravilha! Uma riqueza musical extraordinária. A estreia foi com Várias Queixas (2019), um trabalho maduro que mistura…