A Capulana
Quando o Presidente Mandela da África do Sul vestia-se com camisas coloridas, berrantes o mundo começou a interrogar-se o que era aquilo.
Pois eram camisas muito bem feitas mas de pano de Capulana.
Uma capulana é um pano retangular de algodão, com motivos estampados e cores fortes.
Normalmente, o estampado representa cenas da flora e fauna das savanas de África e os desenhos geométricos a forte influência árabe.
Este pedaço de tecido colorido, que gera encanto e curiosidade por onde passa teve a sua origem, há alguns séculos, no continente asiático e chega a África por intermédio das trocas comerciais que, pouco a pouco, aportam à costa do Índico.
A história diz que a capulana chegou a África pela primeira vez nos Séculos IX a X, no âmbito das trocas comerciais entres árabes persas e povos que viviam ao longo do litoral.
A capulana é usada nos países africanos de diferentes maneiras.
Em Moçambique por exemplo, as mulheres usam-na no seu dia-a-dia e principalmente em cerimónias tradicionais, como funerais, casamentos e outros eventos.
Quando fui a Maputo visitei a Casa Elefante, uma casa de venda de capulanas que existe desde 1919.
Os seus donos são de origem indiana e há concretamente 97 anos dedicam-se à venda de tecidos e capulanas.
Entra-se e de imediato os nossos olhos dançam pelas prateleiras a observar as cores chamativas e fortes destes tecidos.
Há alguns anos, a capulana passou a ser muito mais que um tecido e passou a representar o símbolo da mulher africana.
O uso da capulana é transversal na sociedade.
Tanto é usada para carregar às costas os filhos, fazer de trouxa onde levam as mulheres as suas compras, e agora já ter ganho espaço nalguns desfiles em Itália e tornar-se moda na Europa.
A grande parte das capulanas são feitas na Indonésia e na Índia.
São lindas e decorativas.