Curtumes Portugueses
Quando se compra qualquer artigo de pele, seja uma simples carteira ou umas luvas de pele portuguesa não pensamos o que se passou até estes produtos chegarem as lojas e as nossas mãos.
Muitos criticam e parecem que tem a verdade toda e berram contra tudo tudo que lhes cheira a abate de animais.
Deixa-los gritar, penso eu!
Peles, couros, peles com pelo, artigos de viagem, bolsas e artefactos semelhantes produtos feito das tripa.
São estes os produtos de pele, que praticamente duplicaram exportações na última década.
Foram mais de 252 milhões vendidos para fora no ano passado, à boleia de artigos tão diversos como os sapatos portugueses ou os interiores de carros, roupa e carteiras, entre outros que têm na origem uma das mais cotadas matérias-primas do mundo.
Não é à toa que as peles portuguesas estão num lugar no topo.
As imagens de poluição associadas a indústria dos curtumes estão a desaparecer, afirma Nuno Carvalho, o Presidente das Associações dos Industriais dos Curtumes.
Esta indústria das carnes, já pratica os princípios da economia circular, e por isso não depõem no lixo, milhares de peles de animais abatidos para consumo de carne.
Quase todos os dias comemos carne, não é?
São 131 empresas de artesãos de Guimarães, Porto e Alcanena com 3500 trabalhadores que cresceram e reinventaram-se e aplicam processos inovadores de redução de consumo de água no fabrico e quase total eliminação de solventes e químicos.
Agora, neste século, estão a ser olhados com respeito.
Continuam a existir movimentos populistas que acham que as empresas de curtumes poluem e maltratam os animais.
Os curtumes geram cerca de 400 milhões de euros anuais neste negócio e metade vem da exportação directa.
Sabendo que um vegan não consome produtos de origem animal, o couro torna-se um “alvo a abater” com base na premissa altamente errónea e enganadora de que para se obterem peles para calçado, malas, vestuário, estofos de automóveis, etc, se matam animais.
Dado que a indústria de curtumes se limita a valorizar um resíduo da indústria das carnes, que teria de ser mandado para o lixo, deposto com um resíduo não fosse a intervenção da indústria de curtumes.
Um facto curioso acerca do veganismo é que apesar de ser contra a indústria de curtumes e contra o couro, porque considera, como vimos erradamente, que para tal se sacrificam os animais, este pretende consumir artigos de “couro vegan”.
Ora, se o couro é sem qualquer tipo de duvida um produto de origem animal não existe tal coisa como um “couro vegan”.
O que existem são produtos sintéticos desenvolvidos especificamente para o mercado vegan que se tentam aproveitar do prestigio e imagem de luxo do couro genuíno para valorizar um produto que não passa de um mero derivado do petróleo ou de um resíduo envolvido numa “corriqueira” resina.
Estamos esclarecidos.
Continuem senhores dos curtumes a trabalhar, e os senhores vegam, continuem a comprar produtos sintéticos.
Assim ficamos todos satisfeitos.