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Drive My Car
Três horas de filme é uma proposta capaz de fazer muita gente a desistir de ir ver este filme. Ainda mais quando se trata de um drama lento, feito quase só à base de diálogos, o medo é ainda maior. Quem gosta daquele tipo de produção a que se chama “slow cinema” penso que até corra para ir ver a obra, mas a audiência dita “normal” manterá a distância. Mas a sala do cinema Amoreiras estava razoável. É que para o meu espanto, o filme é uma narrativa fluída de modo a fazer com que três horas passem num abrir e fechar de olhos. Drive My Car, de Haruki Murakami é um filme onde existe um casal infeliz cuja vida matrimonial sofre sob o peso da perda, o espectro de uma filha que morreu ainda na meninice. Em paralelo é construída a produção da peça de teatro O Tio Vânia…
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“Vida inversa” uma metáfora sobre a vida virtual
Sou fã da estética do trabalho da companhia do teatro Meridional. Por isso, foi com muito entusiasmo que fui ver “Vida inversa”, um texto de José Luís Peixoto. Uma empresa que produz projetos, que se move como se fosse uma repartição de finanças! Um chefe, um especialista em patafisica, uma taróloga e duas gestoras de produto! A vivência deste grupo é acompanhada por uma máquina, que tem por finalidade ajudar nas funções do dia a dia! Acabando por não conseguir ajudar nas funções mais básicas como as emoções. O texto cheio de ritmo, levanta um número infindável de questões, a dualidade entre o futuro e o passado, a importância do presente. Mas para mim a mais importante de todas, a necessidade de nos afastar de uma vida digital! O texto deixa a pista para uma mudança no modelo de vida, talvez seja mais feliz ter uma empresa de lanifícios…
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Do Indie Rock ao Pop, Capitão Fausto ao vivo
Não sou saudosista, acho que o caminho é para a frente, olhando para o passado apenas como referência. Mesmo assim foi com muito entusiasmo que no sábado fui ao coliseu para ver o espetáculo do Capitão Fausto, o objetivo era recordar o primeiro disco da banda “Gazela” gravado em 2011. Foram recebidos por um público vibrante que conhecia as letras de cor! A viagem no tempo revela uma evolução gigante na sonoridade da banda. Um início de carreira colado ao Indie Rock, mas que acaba por descolar e transformar em algo mainstream. Há duas claras partes no espetáculo: A primeira uma viagem aos primórdios, onde se sente uma ingenuidade na construção! Uma segunda parte onde encontramos um requinte e elaboração evoluída. Impossível não gostar destes 5 rapazes, das suas canções cheias de conteúdo e bom gosto! Já tinha ficado rendido ao concerto do Campo Pequeno onde foram acompanhados pela Orquestra Filarmonia…
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HBO Max
Ando com muita pouca vontade de ver televisão. As notícias da guerra deixam-me depressivo, há dias que nem ligo a televisão, passando por isso o meu tempo livre a ler!Mas dia 8 estava meio ansioso para ver as alterações da HBO, que mudou de nome e que agora se chama HBO Max.Sem dúvida que a nova aplicação é muito melhor! Funciona! Carregamos numa função e ela acontece, coisa que no passado recente era raro!Quanto aos conteúdos é cedo para aferir, mas uma coisa é certa tudo o que está disponível na HBO é de qualidade, ao passo que na sua concorrente direta a Netflix há muita coisa de gosto duvidoso e é preciso perder algum tempo a escolher!Na nova HBO Max algumas séries não aparecem neste novo formato, mas em contrapartida há mais filmes!Ontem viu o novo de Clint Eastwood “Cry Macho: O Caminho para a Redenção” e adorei! Seja bem-vinda…
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Resistance
Ontem fui assistir à ante-estreia do filme Resistance nos cinemas El Corte Inglês em Lisboa. Resistance é um filme de 2020, inspirado na vida de Marcel Marceau. Foi lançado nos Estados Unidos em 27 de março de 2020 e tem estreia marcada em Portugal para o dia 10 de março de 2022. Este filme foi escrito e dirigido por Jonathan Jakubowicz. Conta com o brilhante elenco composto por Jesse Eisenberg como Marceau, com Clémence Poésy, Matthias Schweighöfer, Alicia von Rittberg, Félix Moati, Géza Röhrig, Karl Markovics, Vica Kerekes, Bella Ramsey, Ed Harris e Édgar Ramírez. O filme decorre entre os anos de 1938 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. Uma tropa escoteira, liderada por Emma e Georges, começa por resgatar 123 crianças judias cujos pais foram mortos por nazis. A Marceau aproxima-se e cria laços com estas crianças através das suas habilidades mimicas. Este drama relata as invasões e a expansão da ocupação nazi pelos vários paises europeus e, a consequente, fuga do povo…
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ABBA não desaba!
A história do grupo ABBA, um dos maiores ícones dos anos 70, composto por dois casais suecos, é interessante. A banda pop surgiu em 1972 e ganhou fama mundial com sucessos como Dancing Queen, Gimme, Gimme, Gimme, Mamma Mia, Fernando, entre outros. Eles venderam mais de meio bilhão de discos e a banda durou apenas 10 anos, até anunciar o fim em 1982. No livro sobre a vida dos ABBA, o escritor Carl Magnus Palm, que pesquisou a história do grupo durante muitos anos, conta, em 452 páginas, a história de vida de Björn Ulvaeus, Benny Andersson, Agnetha Fältskog e Anni-Frid Lyngstad, mais conhecida como Frida e a busca destes quatro artistas pelo sucesso no mundo da música. O final prematuro da banda, deveu-de ao divórcio de um dos casais Agnetha e Bjorn e também ao pânico de viajar de avião de Agnetha. Na medida do possível, costumava viajar por terra enquanto o…
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O Poder do cão
Distinguindo com o Leão de Prata na 78ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza ‘O Poder Do Cão‘está nomeado para os Óscares em 12 categorias. Fiquei a saber que Jonny Greenwood, o guitarrista dos Radiohead, assina de forma espectacular a banda sonora do filme. O filme conta a história dos irmãos Phil e George Burbank que possuem um grande rancho situado no Montana nos EUA.Phil é um “cowboy” deliberadamente rude, provocador e por vezes cruel. George, pelo contrário, é um homem gentil e conciliador, que se esforça por manter a harmonia. Mais não conto. Com assinatura da neozelandesa Jane Campion, um “western” que adapta o romance homónimo escrito, em 1967, pelo norte-americano Thomas Savage. Para actor Benedict Cumberbatch talvez seja o papel da sua carreira. Também actor secundário Jesse Plemons e Kodi Smith-McPhee e a actriz secundária Kirsten Dunst são excelentes. Associar vaqueiros a homossexuais evoca, imediatamente, “Brokeback Mountain”, e la está o espectador à espera…
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John Grisham – Tempo de Clemência
Sou grande fã deste autor! Provavelmente por ter frequentado o curso de direito e por, todos os livros de Grisham, terem como pano de fundo os tribunais! Este livro abordada a violência doméstica. Tempo de Clemência conta a historia de um rapaz de 16 anos acusado de assassinar um agente das forças de segurança locais, que é seu padrasto, bate na sua mãe e viola a irmã menor! Será que matar este homem é legítimo? Será que devemos mandar este menor para a câmara de gás? Ou a violência extrema como é tratada a família justifica mandar este miúdo em liberdade? O livro é escrito como se fosse um filme, cheio de ação! Parágrafos curtos, muitos diálogos e tudo acontece a mil. Devorei o livro nos últimos dias! Gostei muito, mas admito que nunca aconselharia a ninguém, não é um género literário de primeira linha!
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Sad – Elton John and Pnau
Nunca neste site se escreveu apenas sobre uma música. Mas esta semana fui bombardeado por esta canção o tempo todo. Quando dava por mim cantarolava ao longo da minha rotina diária! Editada a 20 de Julho 2012. Elton John, numa digressão conheceu a dupla Australiana Pnau. Projeto dentro da sonoridade eletrónica! Era o segundo single de Good Morning to the Night, um disco de pouco sucesso do artista britânico. Apesar disso a canção transporta-me para uma ambiência requintada, onde fico com vontade de dar um passeio de carro com a janela aberta e sentir a brisa quente no meu rosto! Cheira a verão por todos os lados. O mais fantástico é Elton John ter construído uma letra altamente depressiva, onde repete uma dezena de vezes a palavra “Sad” (tristeza) mas acabando por lhe dar uma vibração tão positiva, tão boa, que acaba por ser impossível cantar sad sem ter um sorriso…