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Deixar o Mundo Para Trás
No dia de Natal, cheguei a casa ainda sem sono. O meu cão ressonava e decidi ver um filme. Bem instalado no quentinho da minha cama, escolhi ver “Deixar o Mundo Para Trás“, que está disponível na Netflix. No elenco temos Julia Roberts e Ethan Hawke. O filme é sobre o apocalipse e usa uma técnica onde se sente quase o respirar das personagens. Uma família farta da cidade decide tirar um fim de semana fora. Mas vão acontecendo coisas de difícil explicação. Logo num primeiro momento, um petroleiro gigante invade a praia onde a “nossa” família está a descansar. Não é de todo uma comedia romântica, há uma tensão permanente em toda a trama. O ritmo varia ao longo do filme. Senti a lentidão da contemplação e a velocidade do caos. Fiquei muito inquieto com o que vi, deixou-me a pensar na possibilidade do fim do mundo. Aconselho vivamente.
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Cedro do Noval tinto 2021
Quem me dera ser rico! Um desejo que muita gente tem. Mas a minha riqueza serviria para coisas simples, como, por exemplo, entrar num restaurante e pedir um vinho sem olhar para a lista. Dar essa escolha ao empregado de mesa. Foi o que aconteceu no outro dia, num jantar de família em que a responsabilidade da escolha recaiu sobre o empregado. “Veja se tenho capacidade para pagar isso!” Foi servido um “Cedro do Noval”. Mas que boa escolha! Um vinho com ligeira nota a carvalho, baunilha e chocolate. Muita classe em toda a experiência. Tem uma cor vermelha rubi. Como esteve a estagiar em barricas de carvalho, há um leve sabor a madeira. São 14,5% de álcool, mas não se sente, porque é um vinho requintado. Não contem com muita intensidade, há uma leveza que fica. No final, veio a conta e pagamos 28€ por esta experiencia deliciosa. Vale…
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A Má Hora: o Veneno da Madrugada
Sou muito fá da obra de Gabriel García Márquez. É muito fácil ficar surpreendido, quando tropeço num livro que nunca li deste autor. Foi o caso de “A Má Hora: o Veneno da Madrugada“, que li num fim de semana. Tudo acontece numa aldeia na América latina. Um dia, um comerciante de gado é informado da infidelidade da mulher por um papel colado na porta da sua casa, acabando por matar o seu presumível amante. Começam a aparecer panfletos que não são políticos, mas apenas denúncias sobre a vida privada dos cidadãos. Neste pequeno povoado, conseguimos distinguir o poder político, o religioso, o povo e também uma oposição que anda clandestina. É um livro apaixonante, muito bem escrito, onde se consegue sentir o calor, a chuva, a humidade e as gentes de um lugar perdido. Este lugar pode ser qualquer um numa América latina nos anos 60. Para ler de seguida,…
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Marquês de Marialva 2018
Há dias fui jantar ao Eliseu dos Leitões. Um belo jantar de cabrito. O simpático empregado de mesa sugeriu que acompanhássemos a refeição com Marquês de Marialva tinto de 2018. Mal cheirei o vinho fiquei de sorriso aberto, um vinho relativamente novo sem cheiro a álcool. Um ligeiro odor a madeira. A prova foi muito agradável, estamos perante um vinho cheio de classe. Um vinho da Bairrada, com sabor a baunilha e chocolate e com uma fruta, que acabas por considerar ameixa. Suave, macio, com 13,5% de álcool. O preço médio deste poderoso vinho está na casa dos 10€. Pagamos em contexto restaurante 18€. Adorei a experiência, recomendo vivamente.
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O Cabrito no Eliseu dos Leitões
Há cerca de um mês que tinha combinado provar o cabrito no Eliseu dos Leitões. Já tinha estado neste espaço em Carnide e tinha ficado surpreendido com o leitão, que segundo consta é o melhor de Lisboa. O jantar estava marcado para as 8 da noite, mas como foi com colegas da rádio, sabemos todos a importância dos horários. Uma hora antes já estávamos na esplanada do Eliseu dos Leitões a provar a cerveja Topázio. Bem feita, produzida em Coimbra, parecendo uma verdadeira cerveja artesanal. Ainda estávamos a desfrutar da nossa cerveja e já o competente empregado, preparava a nossa mesa. Fomos logo brindados com uns maravilhosos croquetes de Leitão Depois veio o rei da noite o Cabrito. Segundo entendi, o “bicho” esteve no forno umas cinco horas e estava divinal. Foi acompanhado por batatas a murro, grelos e um arroz de miúdos. O arroz de miúdos segundos os especialistas…
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Pampilhos
Há meio ano que entrei na escola de Padel, “Vive Padel” nas instalações da Decathlon Oriente. Fui criando lanços afectivos com a turma e por isso decidi organizar um jantar de Natal. Mandei fazer um bacalhau e cada um dos convidados brindou com algo de especial. O António Pinheiro, um dos mais talentosos professores de Padel da escola decidiu brindar-nos com os famosos Pampilhos. Doce tradicional de Santarém.Nunca tinha provado, apesar de ter passado algum tempo da minha infância no Cartaxo, já que o meu avô era notário na vila ribatejana. O Pampilho é uma massa enrolada num doce de ovo, com canela e parece que o que provei tinha amendoim.Tem uma forma comprida para homenagear os campinos, parecendo a vara que é usada para guiar o gado. Vale a pena ir a Santarém para provar esta bomba calórica!Os pampilhos que provei foram feitos na Pastelaria Bijou, segundo li, uma…
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Luzes de Lisboa
Neste sábado decidi ir ver as luzes de Natal na cidade de Lisboa. Há uma energia tão boa no ar! Numa primeira instância achei que chegar ao centro de bicicleta seria uma solução. Mas, ainda bem que fui de Uber já que o centro da cidade estava com milhares de pessoas. Adorei sentir que Lisboa não esta só com os turistas, mas deu-me a sensação que os Portugueses decidiram ir em massa ver as luzes. O passeio foi maravilhoso, mas com a clara convicção que não se consegue ver grande coisa, já que as pessoas tomaram conta dos sítios, dando a impressão que estamos em hora de ponta numa cidade asiática. A autarquia ganhou a aposta, mesmo fazendo um investimento pequeno. O Terreiro do Paço, tem a gigante árvore de Natal e a fachada da praça está desenhada com luzes. Achei bonito! A Rua Augusta estava impraticável, mal se conseguia…
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Birra Moretti La Rossa
Tenho um grupo de amigos que é fã de cerveja. Todos temos a mesma máquina dispensadora de cerveja, e partilhamos as experiências que vivemos com as várias marcas que vamos provando. Eles grandes fãs da Italiana Moretti, desafiaram-me a prova a Moretti La Rossa! Fiquei totalmente rendido! É uma cerveja encorpada, com tons de caramelo, chocolate e torrada. Tem uma cor acastanhada e pouca espuma. De sabor bastante doce, mas adulto. Com um acabamento ligeiramente seco e medianamente amargo. São 7,2% de teor alcoólico. Uma maravilha, fiquei totalmente surpreso com o primeiro copo. Para acompanhar fiz uma picanha no forno, que se revelou uma ótima escolha. Escrevi estas linhas com uma vontade louca de desfrutar de mais uma “Rossa”. É uma cerveja de 4 numa escalda de 5. Parabéns ao criador. Por favor, não morram sem provar uma Moretti La Rossa
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“Afro Fado” de Slow J”
Diz quem o conhece que Slow J é uma pessoa muito tímida, mas não é o que ele revela nas suas canções. “Afro Fado” é considerado um dos melhores discos do ano. Slow J revindica a mistura das culturas, e isso é bem claro na capa do disco. As duas maiores figuras da cultura dos anos 60/70 num cumprimento. Amália, o expoente máximo do fado (representa a cultura branca) e Eusébio o maior jogador de futebol de todos os tempos (representa a cultura africana). No dia em que “Afro Fado” foi apresentado, oitocentas mil pessoas foram ao spotify ouvir o disco, o que para o mercado português é uma proeza. O disco foi concebido em 4 anos, e tem sido a minha companhia nos últimos dias. Fiquei rendido à canção “Tata” uma canção de homenagem ao seu pai. O disco está muito bem produzido, com canções fáceis. Rapidamente, canto os…