José Peixoto o escanção
O Escanção é o profissional responsável pela elaboração das cartas de vinhos dos estabelecimentos.
Também é quem auxilia na escolha do vinho a ser servido conforme as preferências e os pratos escolhidos pelos clientes.
Para ser Escanção, é importante ser imparcial e um grande apreciador de vinhos, dedicar-se a conhecer bem os vinhos e todos os assuntos relacionados ao serviço destes.
Além de interpretar com facilidade todas as informações contidas nos rótulos das garrafas.
Na Vila de Nelas, no Dão, há uma bela estátua em homenagem a todos os Escanções de Portugal.
A obra é inspirada na figura do profissional Fernando Ferramentas, que na época trabalhava no Hotel Aviz, em Lisboa.
Chama-se José Peixoto e já aconselhou vinhos a George Bush, Jorge Sampaio ou Ramalho Eanes. Ele foi o primeiro escanção a servir vinho a copo, a revelia do patrão.
Hoje, é o responsável por cuidar da carta dos vinhos do Stairwell, em Lisboa.
Diz ele se servisse um vinho a Cristiano , não hesitava: seria um Terrantez madeirense. E justifica-se: «Já diz o ditado que as uvas Terrantez, nem as comas, nem as dês, porque para vinho Deus as deu.”
Ali tem à sua disposição mais de 130 trazidos das caves do Porto de Santa Maria, o famoso restaurante do Guincho, que conta com uma cave com mais de 20 mil garrafas.
«Conheci o Rodrigo [Sáragga, proprietário] porque ele fazia parte da turma que eu lecionava e eu não sabia. Um dia pediu para falar comigo e lançou-me o desafio de vir para aqui. Os vinhos que trazemos são escolhidos de acordo com a carta. Uns mais antigos, que outros, vamos fazendo sempre a interligação com a carta», diz José.
Ao longo de todos estes anos, já lhe passaram pelas mãos milhares de garrafas Algumas a custar mais de 5 mil euros. «Os vinhos mais caros foram provavelmente o Chateau d’Yquem, o Château Lafite, ou o Château Latour Grad Cru. Qualquer um destes com certeza, à época, que ainda era em contos, custaria uns 4 a 5 mil euros», avança.
José foi também um homem à frente do seu tempo. Servia vinho a copo quando ainda não se falava disso. Por ali, no Stairwell, entre Portos e vinhos, ha 30 amostras a copo. José destaca dois ícones: «o Pera Manca Branco e Tinto”
E um copo, de um grande vinho do Douro reserva Ferreirinha Especial
E claro que uma conversa sobre vinho começa com um brinde.
E com a apologia do mesmo. Afinal, Portugal está nos lugares de topo mundial no consumo de vinho per capita. «O vinho deve ser consumido de uma forma boa, nutritiva. Porque tem muitas caraterísticas que o nosso organismo necessita.
É saudável conclui José Peixoto.
Eu Assisti num bom restaurante ao trabalho de um escanção e é um espetáculo brilhante de grande profissionalismo, e visualmente perfeito