Patuá Lisboa
Situado no agora “in” Bairro de Arroios, mais concretamente na Rua Ilha de São Tomé 10A em Lisboa, quase que passa despercebido esta “pérola” da gastronomia asiática, não fosse o cheirinho que emana logo que passamos à porta.
De decoração simples e inusitada em que as peças são das mais variadas e nada tem a ver umas com as outras. Duas grandes portas completamente escancaradas e meia dúzia de lugares sentados à mesa (20 a 25 lugares) e outros quatro ao balcão compõem a lotação deste simpático espaço, embora não tendo a certeza mas pelo que pude observar terá sido o aproveitamento duma antiga tasca á portuguesa.
Mesa marcada para as 20h00, lá estava ela á nossa espera. Mesa simples com toalha de papel e um saco de papel com faca, garfo, colher e guardanapo.
Para além dos pratos fixos na ementa, são afixados num placard por cima do fogão os “Pratos do Dia” (foto em baixo).
Solicitamos uma garrafa de vinho branco fresco porque a noite estava quente e a sede já apertava. Vinho escolhido pela responsável pelo espaço que perguntou que tipo de vinho desejava-mos e de seguida nos serviu.
Mas é da comida que vos vou falar e foi por ela que aqui viemos. E viemos de propósito para comer uma especialidade asiática, o Balichão (Macau) ou Balchão (Goa). Parecidos mas com diferentes maneiras de confecção. O Balichão aqui apresentado era a versão macaense, já que o Chef é originário deste pequeno território outrora com administração portuguesa.
Este Balichão é nada mais, nada menos que um guisado de porco com um molho feito á base de camarão seco, malaguetas, sal, louro e tamarindo.
De sabor intenso, o gosto a camarão sobressai do resto dos ingredientes, faz uma boa ligação com a carne de porco, neste caso era entrecosto. O aspecto era muito apetitoso e foi degustado num instante. A acompanhar arroz cozido. Um aparte, pessoalmente acho que este prato combina melhor com arroz basmati.
O segundo prato recaiu num “Caril do Diabo”, que é nada mais, nada menos que a conjugação de camarões tigre com vários tipos de malaguetas, salteados no wok com alho e gengibre.
Quando este prato chega á mesa somos imediatamente brindados com um maravilhoso cheiro de caril e leite de côco.
Muito saboroso e picante qb, este prato é acompanhado pelo mesmo arroz cozido do prato anterior. Com uma apresentação cuidada e bonita, este prato já é saboroso ainda antes de o degustarmos. E foi o que fizemos num instante. Aqui já com uma segunda garrafa de vinho, porque o picante do prato tal o solicitava.
Para terminar pedimos uma bebinca e duas colheres, pois já praticamente não conseguíamos comer mais…
Também aqui existe diferenças da bebinca de Goa, mas confesso que não consigo enumerar. Está era coberta com pequenas ripas de côco. O sabor era um pouco mais crocante do que a versão de agora, mas ainda assim…agradável.
Sem entradas, cafés, nem digestivos…27€ por pessoa com duas garrafas de vinho branco da casa.
Se gosta de comida exótica não hesite em fazer uma visita ao Patuá, mas não vá sem marcar.