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Pôr do sol com os Motherflutters
Uma agradável surpresa! É assim que começo por descrever o meu último sábado. Quando ouvi falar da iniciativa “Pôr do sol no Castelo”, fiquei logo com vontade de ir, mas o tempo foi passando, e como boa portuguesa, fui procrastinando. Este ano, estava determinada a não perder a quarta edição. A proposta é simples: um pôr-do-sol descontraído, com uma das melhores vistas da cidade de Lisboa, e com a presença de alguns dos nomes da música jazz, pop/rock, hip-hop e house. Fui, sem grandes planos ou expectativas, e fui premiada com música dos MotherFlutters. Uma banda com uma sonoridade mais pop, em que o instrumento mais distintivo é a flauta. E que maravilhosa combinação! Um final de tarde lindíssimo, com uma força renovadora a espreitar no horizonte e a música ideal para nos fazer sentir leves. A melodia rasgava positividade. A flauta surgia como um ar fresco, e a poderosa guitarra…
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Les Misérables
Podendo recomendar uma pequena seleção de livros para qualquer pessoa do planeta ler, um título que incluiria sem qualquer dúvida seria Les Misérables, de Victor Hugo. Esta obra-prima passa-se na França do século XIX e detalha profundamente a condição humana, explorando temáticas da justiça, amor, redenção e luta pela igualdade social. É um romance instigante que cativa os leitores do começo ao fim. Um dos aspectos mais notáveis de Les Misérables é a complexidade dos seus personagens. Desde a busca incansável por justiça do Inspetor Javert até a compaixão inabalável de Jean Valjean, cada personagem é meticulosamente elaborado, revelando suas motivações intrincadas e conflitos internos. A Revolução Francesa e as suas consequências são o pano de fundo em Les Misérables. A revolução, que ocorreu entre 1789 e 1799, marcou um período de mudanças sociais e políticas radicais na França. O romance captura os efeitos posteriores dessa revolução, retratando o contraste…
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“Serotonina” de Michel Houellebecq
Não tenho a certeza se gostei de “Serotonina“. Fiquei inquieto com este livro, pela forma crua com Michel Houellebecq escreve. Em alguns momentos foi como levar um soco no estomago. O uso de antidepressivos para ajudar a ter uma vida normal. A fuga à rotina diária, são os aspetos que mais me tocaram. Conta a história de Florent-Claude Labrouste, um quarentão, funcionário do Ministério da Agricultura, que divide o apartamento em Paris com Yuzu, a namorada japonesa, muitos anos mais jovem. Ao descobrir um vídeo comprometedor da namorada, decide deixar tudo e começar uma nova vida. Para o ajudar começa a consumir Serotonina. Toda a narrativa esta inundada de um desespero gigante. É daqueles livros que nunca iria sugerir para a minha mãe, já que a linguagem e as descrições das cenas de sexo são muito explicitas.
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Days Of Our Lives, Queen na HBO
Há algumas semanas que não ligava a plataforma HBO. Há dois dias, por curiosidade, fui ver o que havia de novo. Descobri uma série documental sobre a vida dos Queen. São apenas dois episódios que se veem muito bem. Cheia de imagens da época, conseguimos compreender as várias fases desta banda. Não sendo grande fã dos Queen, admito que a personalidade de Freddie Mercury é a marca deste grupo. Tendo uma voz inconfundível e uma energia em palco única. O documentário não é lamechas. Mostra os bastidores de uma super banda. Sem dúvida que me ficou na memória a prestação no Live Aid. onde Freddie Mercury, já doente, mostra todo o seu vigor. Se gostam de música, não devem perder este documentário.
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Asteroid City
Wes Anderson está de volta ao grande ecrã! O realizador americano, conhecido pelos seus êxitos de bilheteira como “Grand Budapest Hotel” (2014) e “Moonrise Kingdom” (2012), convida-nos agora a escapar ao calor do verão e entrar numa sala de cinema para assistir a “Asteroid City“. O filme mantém a estética característica do realizador: cinematografia simétrica, harmoniosa e colorida. Um conjunto de personagens peculiares, divertidas e profundas. Embora seja às vezes conhecido por privilegiar o estilo em detrimento do conteúdo, é inegável que o filme tenha um propósito definido. Um grupo de mentes brilhantes é colocado em quarentena após uma visita extraterrestre a uma pequena cidade no deserto americano. Um elenco de excelência composto por Tom Hanks, Scarlett Johansson, Bryan Cranston, Edward Norton, entre outros, dá vida a personagens que exploram sentimentos de perda, dor, significado e a incapacidade de compreender o universo. “You can’t wake up if you don’t fall…
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Around the World in 80 trains
Num mundo cada vez mais veloz, Monisha Rejesh convida-nos a parar, a sentar-nos confortavelmente e a observar as paisagens desenrolar lentamente através da janela do comboio. Convida-nos a redescobrir o nosso planeta através dos olhos de outros. Monisha é uma jornalista britânica, que tendo já viajado e escrito pela Índia, embarca agora num desafio ainda maior. Do Canada à Coreia do Norte, a jornalista britânica e o marido, embarcam numa viagem de 7 meses apenas pela linha férrea. O resultado é este livro, vencedor do prémio National Geographic de livros de viagem. A aventura é de constante movimento e caos. As narrativas são ricas e diversas. Comboios decrépitos e apinhados, linhas centenárias, comboios de alta velocidade. Uma leitura espirituosa e esperançosa. Um lição de geografia e de humanidade. Todos a bordo?
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Ghosted
Estou rendido à Apple TV. Tem coisas muito interessantes e outras meramente divertidas. Ghosted é um filme sem pretensões, tem apenas o objetivo de entreter. Uma comedia romântica, que conta a história da solitária Sadie que conhece um carente Cole. Há uma química gigante entre eles, acabando por ter um dia louco de paixão. Mas ela desparece e Cole decide ir atrás dela. Vai se descobrir que afinal Sadie é uma agente secreta. O filme está recheado de ação. É um puro divertimento, a bela Sadie é interpreta por Ana de Armas, que só por si faz valer a pena ver o filme. Se gostam de ação, comédia e romance, este é o filme certo.
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Ashended: O Agente Britânico
Ashended: O Agente Britânico é uma coleção de curtas histórias de espiões escrita por Somerset Maugham num registo semi-autobiográfico. Maugham, um dos mais famosos romancistas ingleses do século XX, nasce em Paris, e cedo fica órfão. Estuda medicina na Alemanha e no Reino Unido, porém nunca exerce, e à semelhança de Ernest Hemingway, é condutor de ambulâncias durant e a Primeira Guerra. Durante este período, W. Somerset é enviado para a Suíça com o pretexto de terminar uma peça. Na realidade, estaria a trabalhar para os serviços secretos britânicos. É exatamente nestas circunstâncias que o autor nos apresenta Ashende, o protagonista do romance. De França à Rússia seguimos Ashande em diversas missões. Estas têm sempre um sobretom humorístico que torna o livro numa leitura leve veronil. É sem dúvida um romance que abre caminho para tantos mais narrativas de espionagem como 007. Um romance de espionagem escrito por alguém que…
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O Diário pela companhia de teatro dos Aloés
A nova produção do Teatro dos Aloés, O Diário, apresenta-nos três personagens de carne e osso. Ana Rio (Raquel Oliveira), engenheira informática, vive com Rui Ribeiro (Rui Rebelo), actor e músico. Um dia, enquanto Rui se ausenta num ensaio tardio, Ana é visitada por Félix Felizardo (Jorge Silva), seu chefe. Zuut, uma espécie de consciência partilhada (Elsa Valentim) guia este trio na exploração do amor e das dinâmicas complexas que este cria. Em busca de novas respostas a questões antigas, o elenco convida o espectador a juntar-se na sua reflexão. O Diário é um espectáculo que brilha pelo seu jogo de cena dinâmico e divertido. O elenco é talentoso e utiliza um texto cheio de duplos sentidos para tecer um jogo cativante. O cenário é aparentemente simples, mas construído por vários elementos móveis, potencia a criação de espaços fluidos, e para além de extremamente interessantes, belos. Será um serão bem…