Em casa, no zoo! Um pontapé no estômago.
Noite de quinta feira, tempestade em Lisboa e com a seleção portuguesa a jogar, em canal aberto, a qualificação para o mundial.
Por isso, não era de estranhar ver a plateia meia vazia, mas o público presente estava entusiasmado com o que acontecia em palco!
A companhia de Teatro dos Aloés apresentava a sua nova produção “Em Casa, No Zoo!”
Este espetáculo foi escrito por Edward Albee e é um incómodo emocional!
Duas história que se cruzam, mas que bem podiam ser distintas.
A primeira conta a vida rotineira de um casal, os dias arrastam-se sem uma pinga de chama, sem um rasgo de entusiasmo.
Patrícia André faz a dona de casa, representado a vida de muitas outras mulheres, ansiosas de um rasgo de cor, de algo que a faça acordar para uma vida plena!
A segunda história é um encontro num banco de jardim no Cental Park.
Dois homens com vidas opostas e totalmente disfuncionais!
Duarte Grilo e Simon Frankel levam-nos para um abismo de emoções.
Jerry, um dos personagens, poderá ser um marginal, um drogado um ladrão, ou apenas alguém com uma existência pesadíssima, onde as opções de vida são escassas!
Este encontro provoca um mau estar no espectador e a dúvida:
Será preferível ter uma existência tranquila sem chama ou uma vida sem Norte?
Jorge Silva faz uma encenação competente, deixando espaço ao espectador para decidir qual o caminho a seguir!
Gosto desta linha de produção teatral, perturbadora.
Vim para casa a discutir o que vi!
Menos importante: Portugal ganhou!