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A calçada portuguesa

Quando descemos a Avenida da Liberdade muitas vezes vamos a conversar e não reparamos na maravilha do chão que pisamos.

Descer e estar atentos as pedras que se pisa pode ser uma descoberta constante e maravilhosa.  

Da história às técnicas, da evolução estilística às marcas deixadas pelos calceteiros tudo é bonito.

A origem da calçada portuguesa está associada ao ano 1500 no reinado de D.Manuel onde aparece alguma pavimentação de ruas.

Apenas em meados do século XIX foi feita em Lisboa uma calçada decorativa, muito mais próxima da que conhecemos hoje e que se tornou uma das mais belas formas de pavimentação urbana. 

A evolução da arte da calçada portuguesa fez com que surgissem os  mestres calceteiros, que realizam trabalhos e ensinam esta arte por todo o mundo.

Desde 1986, a Câmara Municipal de Lisboa mantém uma escola de calceteiros

Em Lisboa, em 1927, existiam cerca de 400 calceteiros ao serviço do município.

Agora estão registados, no quadro municipal de funcionários, apenas 18.

Este declínio da profissão tem como consequência visível a deficiente manutenção da calçada e a má aplicação de calçada nova e tem provocado alguma insatisfação das pessoas quanto ao conforto e segurança deste pavimento.

Este é um problema que deve ser considerado, mas que pode ser ultrapassado com mais formação e aliciar mais calceteiros.

A proposta de classificação patrimonial preparada pela Associação da Calçada Portuguesa com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa constitui um compromisso na valorização da profissão de calceteiro, assim como outro olhar para a calçada.

Junto ao Hotel Avenida Palace, encontramos o monumento ao calceteiro, uma homenagem aos profissionais que fazem estas obras de arte. 

A candidatura da calçada portuguesa a Património Cultural Imaterial Nacional, foi agora apresentada em Lisboa, visa a sua preservação, como “elemento identitário” e a valorização da arte de calceteiro.

A proposta foi apresentada numa cerimónia na Câmara de Lisboa, que decorreu com a presença de representantes da Associação Calçada Portuguesa, promotora da candidatura, e do município de Lisboa, cidade onde há maior expressão deste tipo de pavimento.

O passo seguinte será levar a Unesco a candidatura para finalmente a nossa calçada ser reconhecida.

Observem o chão que pisam.

Algumas até parecem poemas. 

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