Cemitério dos Prazeres
Um cemitério não é o primeiro local no qual pensamos se o tema for arte, história ou arquitectura, mas pelo menos o dos Prazeres que é riquíssimo é um museu a céu aberto.
Percebi que havia visitas guiadas ao cemitério dos Prazeres e fiquei desconfortável e não quis ir.
Depois das amigas muito entusiasmadas explicarem que era interessante e que tinham visitado obras de arte magníficas muito tranquilamente, aceitei.
Para visitar um cemitério temos de não ter medo dos mortos e da morte.
Temos de ir descontraídos e visita-lo como se fôssemos ver um museu e deixar de lado a parte triste.
Pegou a moda há alguns anos, na promoção das visitas guiadas aos cemitérios de Lisboa.
A ideia de levar os turistas a visitar estes locais, explica Renato Neves, guia e sócio-gerente da Vanellus, nasceu com o objectivo de criar uma oferta um bocadinho diferente daquela que já existia e que permita fugir das zonas mais massificadas e com mais confusão da cidade e, até agora, tem recebido um bom feedback.
E o motivo é simples: o Cemitério dos Prazeres é muito mais do que apenas um cemitério, sendo antes um testemunho de como se organizava a sociedade portuguesa no século XIX, bem como das crenças e convicções da época, que se reflectem nas diversas obras que encontramos em todo o espaço.
Mas, acima de tudo, o Cemitério dos Prazeres é um espaço monumental, essencialmente composto por jazigos particulares, muitos deles projectados pelos mais afamados arquitectos do século 19, que convivem com esculturas diversas e com a maior colecção de ciprestes da Península Ibérica, entre outras espécies raras de flora, que fazem um belo jardim, onde impera a calma e no qual repousam muitos heróis nacionais, artistas, escritores e aristocratas, cujos jazigos são autênticas obras de arte.
O Cemitério dos Prazeres fica na Praça São João Bosco, junto ao bairro Campo de Ourique e trata-se do segundo maior cemitério de Lisboa com uma extensão de 12 hectares.
O maior é o Cemitério do Alto de São João.
Constituído quase exclusivamente por jazigos particulares, são cerca de 7000, e por volta de 2000 campas, aqui podemo-nos deslumbrar com magníficas peças de arte de arquitectos, tornando-se assim, num cemitério escolhido pela gente rica e pela grande nobreza.
Neste cemitério também há gente ligada aos artistas, polícias e bombeiros.
O cemitério foi construído em 1833 para acolher milhares de vítimas da epidemia de cólera.
Podemos observar as campas de famosos como Carlos Paredes, Henrique Mendes , Maluda, Raul Solnado, o fadista Fernando Maurício e tantos outros.
Vi túmulos de tanta variedade e a tarde foi pequena para se ver tudo.
Uma delícia.