Beatriz Ângelo
Todos os dias pelas piores razões, ouço falar do Hospital Beatriz Ângelo.
E fiquei maravilhada pela coragem desta mulher, inteligente, médica, de nome Beatriz Ângelo.
Foi então, a primeira mulher em Portugal a votar nas eleições de 1911 no dia 28 de Maio.
Este facto mereceu a cobertura nos jornais de toda a Europa, admirados pela ousadia desta mulher e pelo aparente rumo progressista da recém criada República Portuguesa.
O voto feminino só foi permitido em 1931. Só depois do 25 de Abril de 1974 e que foi feito o sufrágio universal e foram abolidas as restrições ao direito de voto,baseado no sexo das pessoas.
Ao longo dos anos foram feitas várias homenagens a esta mulher, que quebrou as regras de uma sociedade tacanha e machista e lutou pelos seus direitos.
Com o seu nome existem: uma praceta em Tercena (freguesia de Barcarena, concelho de Oeiras) e em Famões (concelho de Odivelas); uma rua no Bairro do Pinheiro, na Póvoa de Santo Adrião e uma Escola EB 2,3 na cidade da Guarda.
Mais conhecido é o hospital em Loures, que ao adotar o nome de Beatriz Ângelo, pretendeu-se homenagear pela primeira vez uma mulher médica, que teve também uma intervenção política e social intensa e marcante na sua época, apesar da sua morte prematura aos 33 anos.
Por outro lado, o seu nome associado a um edifício público tem em Loures um simbolismo particular.
Com efeito, a causa republicana teve nesta cidade uma expressão relevante, chegando mesmo a implantação da república a ser proclamada no dia 4 de Outubro de 1910, véspera do que aconteceu em Lisboa e no resto do País.
Carolina Beatriz Ângelo nasceu na Guarda em 1878 , e frequentou a Escola Politécnica e a Escola Médico-Cirúrgica em Lisboa, onde concluiu o curso de Medicina em 1902, ano em que casou com Januário Barreto, seu primo e activista republicano de quem teve uma filha.
Tornou-se a primeira médica portuguesa a operar no Hospital de São José, dedicando-se mais tarde à especialidade de ginecologia.
Que mulher de coragem.
Bravo