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Ana Margarida Prado no teatro Maria matos

Tive a sorte de conhecer Ana Margarida Prado.

Uma fadista de tal transparência que rapidamente percebi a sua essência.

O curioso é que numa só mulher existem várias pessoas.

Fora do palco, há uma certa insegurança, uma fragilidade que desperta o instinto de acolher e proteger.

Mas, ao subir ao palco, transforma-se num furacão, cheia de garra e determinação. Fecha os olhos e mergulha no seu universo de espetáculo.

Ana é uma mulher simples, com um sonho: ser uma grande fadista!

E já o é. O fado vive em tudo o que faz, nos gestos, nas expressões, e, sobretudo, na intensidade que transmite.

Foi isso que senti ontem, no palco do Teatro Maria Matos. Ana Margarida Prado apresentava o seu disco de estreia, “Laço”.

Com um laço rosa nas mãos e elegante num vestido preto, como as fadistas, subiu ao palco.

O espetáculo alterna entre momentos de festa e outros de pura nostalgia, levando-nos por uma montanha-russa de emoções.

Quando entram os convidados — Carlos Bica, Mário Laginha e Camané — o espetáculo ganha outra dimensão.

É neste momento que a fadista se liberta por completo, revelando o seu lado mais íntimo. Descalça as sandálias, senta-se, e envolve a plateia numa onda de emoção.

Ana Margarida Prado está no início da sua carreira, mas já me conquistou.

É impossível não se deixar cativar pela sua simplicidade e autenticidade. Talvez seja por isso que, já fora do palco, alguém comentou: “Isto passou tão rápido”.

Não sei qual das suas facetas prefiro: se a tempestade que arrebata no palco ou a fragilidade que inspira ternura. Provavelmente, gosto das duas.

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