O cerejal
Ia cheiinha de expectativa para ver o Cerejal no Teatro D. Maria com encenação de Tiago Rodrigues.
Conheço razoavelmente o texto e é um dos meus preferidos da obra do Tchekhov.
O espetáculo prolongou-se por 2he30m sem intervalo.
A sala cheia e percebi que era gente muito interessada em tudo do espetáculo.
Falado em francês mas com legendas em português.
A minha primeira admiração foi a maneira como os atores falam.
Para a frente para o público e raramente interagem com os parceiros.
Parecem-me que debitam palavras e não as vivem.
Os actos muito arrastados, faltou para mim o ritmo para agarrar os espectadores.
A escolha de atores achei perfeita porque escolherem atores negros, brancos e mestiços.
Ótimo! Mas não são grandes acores.
Achei o guarda roupa sem nexo, pois parecia um banda de samba tão coloridas eram.
O estudante/intelectual com umas sandálias como se fosse verão também estranhei.
O arrastar de tantas cadeiras cansou-me.
Também o Mordomo o ator Marcel Bozonnet mesmo com os seus 77 anos achei-o ágil de mais para quem vai morrer no final da peça, doente e abandonado por aquela gente mais preocupada com outros assuntos.
Isabelle Ann Huppert faz o que lhe mandaram mas falta-lhe carisma e não enche o palco.
Não estou arrependida de ter ido ao Cerejal mas confesso que sai um pouco desiludida!
Mas viva o Teatro. Ele não pode morrer.