Da meia noite às seis - Patrícia Reis
Comprei o livro e estava ainda nas primeiras paginas, quando ouço na RTP 2 uma entrevista com Patrícia Reis e gostei.
Objectiva e inteligente, fiquei motivadíssima para continuar a ler o livro.
O livro anterior, “As Crianças Invisíveis”, foi um sucesso e Patrícia Reis sentiu que não tinha mais nada para escrever.
Mas uma personagem de corpo inteiro apareceu-lhe no primeiro confinamento e a autora deixou-a entrar. “Se calhar, o livro serviu-me para aligeirar o medo”, diz ela.
“Da meia-noite às seis” conta a história de Susana Ribeiro de Andrade, uma locutora de rádio que faz as emissões das madrugadas.
Em torno desta história surgem vidas, todas elas tocadas pela pandemia.
O livro decorre em 2022, mas tem um relato muito presente.
E eu aconselho a leitura.
Bem escrito e muito bem estruturada.
Patrícia Reis, explica que a única coisa que lhe interessa é escrever sobre pessoas.
Outro dos personagens centrais deste livro é Rui Vieira, o jornalista que faz as madrugadas com Susana Ribeiro de Andrade. Ele, por um acontecimento traumático, perde a capacidade de falar, fica mudo.
Diz ela que é uma metáfora desta necessidade imperativa de pararmos.
Estamos sempre ligados, a ver, ouvir, a ler coisas e a fazer comentários, “likes” e “emojis”.
Esta vida que vivemos com muita tecnologia tem um lado superficial.
Patrícia Reis estudou História e começou a carreira jornalística em 1988.
Experiência larga, nos jornais Sabado, Time em Nova York, o Expresso entre outras andanças.
Da sua escrita destaco “A Construção do Vazio”e as “Crianças Invisíveis” este de 2019.
É ainda autora de obras de cariz biográfico e de livros infantojuvenis, entre os quais a coleção Diario do Micas, que tem o selo do Plano Nacional de Leitura.
A novela “O que nos separa dos outros por causa de um copo de whisky”, de 2014, ganhou por unanimidade o Prêmio Nacional de Literatura da Fundação Lions.
Belo currículo! Continue a ter inspiração para escrever que eu agradeço,