O Mosteiro de Alcobaça
Uma porta apenas vai pôr toda a gente a rir.
Quando se vai ao Mosteiro de Alcobaça numa visita guiada todos entram a sorrir no Mosteiro e curiosos com aquilo que vão encontrar.
Há uma espécie de frenesim até chegar a porta.
Este mosteiro é a primeira obra plenamente gótica erguida em Portugal.
Está classificado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e como Monumento Nacional, desde 1910.
Agora vamos a porta.
Os monges do Mosteiro, da Ordem de Cister, foram submetidos na Idade Média a um tratamento infalível contra a obesidade.
Até hoje não foi superado por nenhuma dieta.
Os monges que comiam no refeitório eram obrigados a ir buscar a própria comida na cozinha ao lado.
Ninguém podia servi-los.
O problema é que precisavam atravessar uma porta. E daí?
É que a porta media 2 metros de altura e apenas 32 centímetros de largura. Quem não conseguisse ultrapassá-la ficava sem comer e, obviamente, emagrecia rapidamente.
Os superiores dos monges recorreram à porta pega-gordo porque diziam que a gula é um dos sete pecados capitais e sendo gordos ficavam menos aptos para os trabalhos braçais.
Espertos! Os religiosos pertenciam à extinta Ordem de Cister, cujos seguidores trabalhavam como agricultores e produziam tudo que consumiam.
O monge superior fazia de tudo para controlar as refeições.
Mandavam-os comer sem pressa, mastigando, ouvindo no refeitório coletivo a leitura de um trecho da Bíblia.
Regulavam o consumo de alimentos, punindo os desobedientes com uma dieta a base de pão e água.
A carne e a gordura, até mesmo por motivos religiosos, que previam dias de jejuns e abstinências, foi vetada por muito tempo.
Abria-se uma exceção só no caso de doença.
No refeitório, os monges sentavam-se com os rostos virados para a parede e comiam em silêncio.
O abade ficava de costas para a parede, observando os subalternos.
Alguns metros a frente, havia a tal porta de 2 metros de altura e 32 centímetros de largura.
Assim iam vivendo estes monges desgraçados que trabalham de sol a sol e não podiam comer a vontade.
A porta surpreende e fica-se com ar de parvo a olhar para ela.
Que raio de ideia.
Mas para além da porta há no Mosteiro o túmulo do Casal apaixonado Pedro e Ines. Lado a lado.
Muito bonito.
Vão até lá!