
“A Varanda do Frangipani” de Mia Couto
Desde que comprei o Kobo, leio a toda a hora, e quase já não vejo televisão.
Tem sido uma verdadeira descoberta, com autores novos e também os consagrados.
Já tinha lido obras de Mia Couto e ficado sempre com a sensação de uma delicadeza única.
Não se pode ler Mia Couto com a leveza de um romance qualquer. É preciso compreender as entrelinhas, onde cada palavra tem muito mais significado do que o que se capta numa primeira leitura.
A sua escrita possui uma riqueza narrativa ímpar; cada frase é um poema carregado de sentido.
Mia Couto não é um autor para se ler deitado com sono, porque, provavelmente, vamos perder a profundidade das suas palavras.
Confesso que A Varanda do Frangipani me deixou triste, pois é uma obra sobre a morte e sobre como podemos encará-la.
Há uma fortaleza em Moçambique que, noutros tempos, foi um ponto estratégico importante, mas que agora acolhe muitos idosos que ali vivem, quase como se fosse um lar.
Um polícia é destacado para investigar uma morte, e é através da sua investigação que conhecemos a vida desta comunidade.
A forma como Mia Couto escreve é simplesmente brilhante.
Para ler e reler com muita atenção, pois cada frase é uma pérola literária..

