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A baleia
O mais premiado filme deste ano, A Baleia, conta a história de Charlie interpretado por Brendan Fraser, o protagonista e com a realização de Darren Aronofsky. Charlie da aulas de Literatura Inglesa online, a partir de casa. É entusiástico, empenhado em que os seus alunos gostem da matéria e consigam ser originais e desenvolver um pensamento próprio. Só que eles nunca o viram. Charlie diz que a câmara do seu computador está avariada. Porquê? Porque é gordo ou melhor gordíssimo e parece uma baleia. Filme terrível mas belo com o retrato de pessoas infelizes e mal resolvidas. A ver obrigatoriamente.
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Eu sou Clarice Lispector
A vida e obra da escritora brasileira já falecida, estão na base desta peça “Eu sou Clarice”, com texto e encenação de Rita Calçada Bastos. O teatro tem destas coisas: entrei na sala bem disposta e o texto foi me incomodando até me ser difícil ouvir o que a actriz dizia. Eu sou Clarice é um monólogo interpretado por Carla Maciel e o segundo duma trilogia que passou por Tchekov, depois este e para fechar passará por Charles Chaplin. A peça está ligada com a biografia da escritora que é considerada uma escritora avassaladora e que escreveu sobre a humanidade de uma forma poderosa e até cruel. Está em cena no Teatro Aberto e quem gosta de Teatro não pode deixar de ir até lá! A actriz agarra o espectador com as palavras que lhe saem com variados tons de voz conforme a situação e perturba quem está sentado a seguir…
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Tár
O filme é enorme e se não fosse bem realizado e com bons actores e belos diálogos era demasiado tempo dentro de uma sala. O filme ganhou 9 prémios Bafta e é um sucesso Tár surge assim como um drama que aproveita as bases do Movimento MeToo para criar mais uma grande história que agarra o espectador. Pode parecer estranho, mas “Tár” acaba por se revelar assim como uma referência pela igualdade e pela defesa das vítimas que já vimos noutras obras do género. A maestrina Lydia Tár (Cate Blanchett), regente da Orquestra Filarmônica de Berlim e uma das artistas mais conceituadas do cinema conseguiu mexer nas minhas emoções. Como mulher no meio musical, Lydia ganhou destaque ao se tornar a primeira diretora feminina da Filarmônica e prepara-se para momentos importantes na carreira tentando conciliar trabalho e família. Dedicada de corpo e alma a uma gravação ao vivo da Sinfonia nº…
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Com amor e com raiva
O princípio deste filme Com Amor e com Raiva, de Claire Denis, é muito belo pois é só amor. Juliette Binoche no papel de Sara, uma jornalista que tem um programa de rádio, e Jean interpretado por Vicent Landon, um antigo jogador de râguebi que cometeu um deslize e esteve preso algum tempo e agora está a tentar refazer a vida, estão juntos há alguns anos e parecem ser a imagem da felicidade primeiro em férias na praia, depois no apartamento de Sara. Aos poucos a realizadora que adapta um romance da escritora Christine Angot, vai dando mais alguma informação sobre ambos. Filme da competição oficial do Festival de Berlim e Urso de Prata para a melhor realização. O cartaz que tem Juliette Binoche e Vicent Landon, ao sol, é enganador. Com Amor e com Raiva é um filme cinzento e tenso e conta a história de um trio amoroso onde a certa altura…
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Operação Fortune
Com muito humor britânico, Fortune é uma espécie de espião chamado para resolver situações que o serviço Inglês não consegue dar conta. Fortune tem de se juntar aos melhores operacionais do mundo, conseguindo recrutar ainda Danny Francesco, a estrela de cinema de Hollywood, para os ajudar na missão internacional de salvar o mundo . Para tentar impedir esta catástrofe Jason Statham, Hugh Grant, Carl Elers e Josh Hartnett fazem belas personagens. Guy Ritchie o realizador competente, que já foi casado com Madonna, agarra bem o filme e são quase 2 horas de entretimento. Risos e muita ação .Depois de ensaiar um retorno à sua boa forma com Infiltrado, de 2021, o diretor confirma-nos que está num bom momento com este divertidíssimo Operação Fortune, uma mistura de filme de assalto e comédia de espiões, cheio de adrenalina, piadas de duplo sentido e pancada da grossa. Muito bom no género. Vão até ao cinema.
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Magic Mike a última dança
A sala estava cheia de mulheres e não vi por acaso nenhum homem. Estranho? Não é! Magic Mike é um filme mediano que se aproveita dos homens seminus que dançam bem para mulheres sequiosas de sexo, tem o carisma de Mike que é interpretado por Channing Tatum. O filme serve para mostrar corpos esbeltos em posições especiais e muito sexuais. Magic Mike – A Última Dança é dirigido por Steven Soderbergh o mesmo realizador de Erin Brockovich, Ocean’s Eleven, e muitos outros, cair nesta armadilha de realizar um filme que não vai ficar na história do cinema. Se gostam de ver músicas com ritmo bem dançadas vão até lá! Este já é o terceiro filme a volta deste dançarino da noite e não deve parar por aqui.
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Os Espíritos de Inisherin
Nomeado para nove Óscares, “Os Espíritos de Inisherin“, de Martin McDonagh, junta o drama e a comédia negra na Irlanda dos anos 20. Passado em 1923 é um filme perfeito para quem gosta de cinema. História simples mas dura tem todas as condições de ser premiado. Uma produção onde Colin Farell e Brandam Gleeson fazem um trabalho excepcional bem dirigidos e cheios de talento. Grandes planos da Irlanda rural, o filme vai andando sem pressa. A não perder.
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O Filho
O elenco deste filme é de luxo: Hugh Jackman, Laura Dern, Vanessa Kirby, Zen McGrath, Hugh Quarshie, Anthony Hopkins. Não podíamos pedir mais. O Filho é o segundo capítulo de uma saga, de Florian Zeller sobre o tema da saúde mental, e o seu segundo filme como argumentista e realizador. O filme anterior de Zeller, “O Pai” estreado em 2020, nomeado para seis Prémios da Academia e unanimemente aclamado pela crítica internacional fou um sucesso. Este filme de Zeller é baseada na sua própria peça de teatro, estreada em Paris em 2018 como “Le Fils” e em Londres. Achei um “drama burguês” que conta a história do filho revoltado de pais separados. Gostei muito e aconselho. Bons actores e bom enredo.
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Há fado no Cais!
A noite estava fria e o vento forte não me demoveu de ir até ao CCB ouvir uma voz do fado. Confesso que não conhecia a fadista Ana Margarida nascida em Oliveira de Azeméis. O palco simples e de bom gosto. Estavam criadas as condições perfeitas para ouvir o fado. Um silêncio profundo e Ana Margarida confessou logo ao início que estava nervosa mas ao terceiro fado distendeu-se e foi uma noite formidável. Talentosa, com uma bela voz agarrou o público. Apresentou o seu percurso de fadista, com os fados mais marcantes da sua vida. Também reservou um espaço para cantar acompanhada por piano e um saxofonista que mereceu aplausos prolongados. Talento, simpatia não lhe faltam Vamos lá Ana Margarida!