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OS PALITOS

Estou a almoçar num restaurante de bairro e oiço alguém a pedir um palito ao empregado.

Fico surpresa pois é uma situação cada vez mais rara alguém palitar os dentes em público.

Tudo isto, claro, depois de serem riscados e desaconselhados pelos dentistas.

A boa notícia é que ainda ninguém o baniu dos eventos sociais e ainda se vê o uso do palito nas festas agarrados aos  pedacinhos de queijo ou croquetes.

Ou então são usados para escarafunchar os dentes, por muito que a prática esteja desaconselhada.

Todos nós estamos longe de imaginar que em causa está um dos poucos objetos do nosso tempo nascidos ainda antes do surgimento da raça humana como a conhecemos. 

Ainda se espeta  um palito para ver se um bolo já está cozido e alguns as vezes “põe-se  os palitos” aos parceiros.

Ou então quando estamos magros que nem um palito.

É assim Portugal entra no mapa também por causa dos palitos.

Culpa das freiras do Mosteiro de Lorvão no distrito de Coimbra, as primeiras a dedicarem-se ao fabrico de palitos descartáveis, ainda no século XVI, recorrendo apenas a madeira de laranjeira e um canivete.

O sucesso foi tal que Coimbra chegou a ser conhecida como a capital mundial da indústria do palito.

E por isso em Lorvao existe uma fábrica a funcionar a todo o gás a fazer palitos!

A Fapilor, a fábrica de palitos do Lorvao que exporta uma imensidão de palitos para o estrangeiro e não lhe falta encomendas.

Ainda bem !

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