Peixe seco
Muita gente acha que peixe seco só e o bacalhau.
Estão enganados.
Eu sempre comi peixe seco muitas das vezes na comida Angolana e na Brasileira.
Um calulu de peixe, onde entra o peixe seco é uma delícia.
E mesmo uma boa caldeirada também fica óptima com esta iguaria.
Claro que poucos países terão um domínio na secagem do Peixe Seco como a Nazaré pois mas a sua origem é pouco conhecida, mas é um dos bilhetes postais que a vila apresenta a quem a visita.
As vendedoras expostas em linha, praia fora, mostram a quem passa a importância de uma arte que o tempo vai preservando.
Aquela que seria uma maneira de conservar o peixe, para que nos dias em que a pesca não se traduzia em sorte para a família, mas houvesse comida ou alguma coisa para vender nos mercados, chega aos dias de hoje como uma tradição.
Assim como é usual ouvirmos as Vozes da Nazaré a publicitar “ Rooms, Chambres, Quartos”, assim que pomos os pés fora do carro também a tradição do peixe seco lá continua assim como o peixe ao sol e como nós, curamos quase tudo o que sai do mar.
Vemos carapaus na praia da Nazaré perfilados, mas raramente os encontramos nas ementas dos restaurantes. Porquê? Porque não se pode vender peixe seco ao sol. Sim, toda gente sabe que existe e é vendido, mas é ilegal.
As vendedoras expostas em linha, praia fora, são simpáticas e conseguem vender bem o peixe.
Os portugueses são os que mais compram o peixe seco ao sol, mas os estrangeiros seguem na curiosidade e compram.
Tiram fotos, fazem perguntas e acabam por comprar.
O peixe dá para demolhar e cozer, mas as petingas, essas, são para comer assim mesmo muito sequinhas.
O marco turístico, o tempo, mostra as dificuldades de um povo que vivia da pesca e daquilo que o mar oferece, mas o peixe seco vai continuar a ser vendido. Experimentem sem preconceitos.
Bem bom.