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Um‌ ‌Homem‌ ‌com‌ ‌Sorte‌ – Teatro‌ ‌dos‌ ‌Aloés‌

 No‌ ‌dia‌ ‌2‌ ‌de‌ ‌Setembro‌ ‌de‌ ‌2021‌ ‌o‌ ‌Teatro‌ ‌dos‌ ‌Aloés‌ ‌inicia‌ ‌os‌ ‌ensaios‌ ‌do magnífico‌‌ ‌texto‌ de‌ ‌Anton‌ ‌Tchékhov,‌ ‌O Cerejal. estreado‌ ‌pelo‌ ‌Teatro‌ ‌de‌ ‌Arte‌ ‌de‌ ‌Moscovo,‌ ‌a‌ ‌17‌ ‌de‌ ‌Janeiro‌ ‌de‌ ‌1904,‌ ‌sob‌ ‌a‌ ‌direcção‌ ‌de‌ ‌Konstantin Stanislavski.‌ ‌ 

Fazer‌ ‌este‌ ‌espetáculo, participar nele, é‌‌ ‌um‌ ‌sonho‌ ‌que‌ ‌alimento‌ desde‌ ‌que‌ ‌me‌ ‌tornei‌ ‌profissional‌ ‌de‌ ‌Teatro.‌ ‌ 

Mas o sonho foi sendo adiado, pois não é fácil dispor da verba necessária para fazer um espetáculo com 15 personagens e mais alguns figurantes e sabendo que aqui não há figuras secundárias. 

Quero agradecer aos meus colegas da Direção dos Aloés, Elsa Valentim e Jorge Silva, que me libertaram de todas as minhas hesitações, da minha dissimulada insegurança e me convenceram que era agora, e que devemos avançar para as obras que nos apaixonam, pois não são um prazer nosso privado, mas de todo um Público que merece ver em cena tão belos textos, que questionam o nosso viver, os nossos sentimentos, as nossas ambições e nos fazem pensar num Mundo melhor para todos nós, sem nos mostrar qual o caminho mas levando-nos simplesmente a pensar em soluções. 

Tenho comigo várias traduções  

Tenho – O Cerejal, O Ginjal, O Pomar das Cerejeiras e o programa de O Jardim das Cerejas.  

O nosso espetáculo vai chamar-se O Jardim das Cerejeiras.  

Não é um capricho.  

Temos a convicção que era essa a vontade de Tchékhov.  

É o próprio Stanislavski que conta que um dia recebeu uma informação que Tchékhov, já muito doente, lhe pedia que fosse a sua casa para tratar de um assunto de trabalho.  

Stanislavski foi imediatamente e lá chegado o escritor disse-lhe: Encontrei um nome excelente para a peça, realmente maravilhoso.  

Qual? Perguntou entusiasmado.  

E o autor olhando fixamente para ele disse 

 -: O Jardim das Cerejeiras – e desatou a rir alegremente. 

Stanislavski nada disse em contrário para não magoar o autor, mas não entendeu as razões deste. 

É o próprio encenador que relata no seu livro A Minha Vida na Arte as discussões posteriores e como se chegou ao nome com que estreou.  

Autor e encenador nem sempre estiveram de acordo, inclusive quanto ao papel que o autor lhe destinava.  

Voltaremos ao assunto. Mas o que venho lendo nos estudiosos posteriores e em cartas do autor é que este procurava algo que mostrasse o belo e o inútil, daí a sua opção.  

A nossa estreia está prevista para 17 de Novembro  

Contamos consigo.  

Até lá vamos falando  

Até breve 

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