O Falcão e a Águia
Já aconteceu inúmeras vezes estar numa visita guiada a um monumento ao ar livre e estar parada a escutar quem explica e as gaivotas resolverem fazer cocó e caírem em cima da roupa ou mesmo da cabeça das pessoas.
As pessoas riem-se mas quem se sujou fica incomodado e com vontade de se ir embora.
Agora no Jerónimos estão a tomar medidas e os resultados estão a vista.
Depois de 4 meses de trabalho da águia Belém e de outras aves de rapina, como falcões, que também sobrevoam os Jerónimos os resultados são bons.
A diferença é notória.
Não apenas porque já é possível ter os claustros num estado de conservação que é possível observar, mas por outro lado, elas as gaivotas diminuíram muito significativamente.
A Dra. Dalila Rodrigues directora do monumento, arregaçou as mangas e resolveu por fim ao problema.
Antes, era impossível estar nos claustros sossegados.
Já estaríamos defecados de certeza, já tínhamos sido atacados por gaivotas.
Com o trabalho conjunto com o falcoeiro Rui Carvalho, as gaivotas continuam a sobrevoar o mosteiro e a poisar sobre o monumento, mas são em muito menor número.
Além de que todo o rasto de lixo que transportam praticamente desapareceu.
São práticas de conservação ambiental.
Evita-se a degradação do património através do afastamento de uma espécie de animal, mas sem provocar danos nessa espécie.
É preciso apenas afastar.
Agora, esta prática tem de ser generalizada, em todos os monumentos.
Recorrer àquilo que se chama controlo de avifauna, também usada em aeroportos e aterros sanitários, foi uma bela iniciativa da Dra. Dalila Rodrigues, que se deparou com esta presença, altamente danosa do ponto de vista patrimonial, quando assumiu a direção do monumento, em maio de 2019.
Todos sabemos que as gaivotas provocam dois tipos de danos essenciais.
Por um lado, têm uma ação de desgaste quando estão pousadas nas coberturas e nas estruturas arquitetónicas e por outro lado, o cocó que é extremamente ácido e que provoca, sobretudo numa pedra como é o calcário, problemas gravíssimos de conservação. Além disso, estar no claustro era assumir um risco.
No ano passado, no dia 10 de junho, foi muito difícil levar a bom porto alguns aspetos da comemoração do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
Há dez anos que o lago central do claustro do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, não tinha água pois constituía uma tentação para as gaivotas, que ali gostavam de se refrescar.
Os telhados e terraços do monumento estavam cheios de cocó e até de lixo e carcaças de outros animais que estas aves para ali levavam.
Mas agora tudo mudou, graças à intervenção de uma águia que tem a missão de ali fazer uns voos e, com a sua presença, espantar as gaivotas e o edifício ficar todo bonito.
Parabéns pela ideia e pela sua implementação.