A Lampreia
Tenho de ser politicamente correcta e hoje falo-vos de um prato de cozinha portuguesa altamente apreciado e tradicional.
Eu nunca provei.
Chegou para muita gente a época, curta, mais palpitante do calendário dos cozinhados.
Chegou a época da Sra. Lampreia.
A par dos restaurantes que a estão a cozinhar para take-away ou entregas em casa um pouco por todo o país, os pescadores do Alto Minho estão a trabalhar a toda a velocidade para fornecerem a tempo e a horas todos os restaurantes especializados nos cozinhados com Lampreia.
Nuns casos já amanhadas, com todos os temperos e pronta a cozinhar, mas também vivas, para servirem os restaurantes ou aqueles que as preferem amanhar e preparar a gosto.
Há carrinhas carregadas de lampreia que todos os dias viajam entre as margens do rio Minho e Lisboa, mas as entregas também chegam até ao Algarve e outras paragens. Depende das encomendas.
Para cozinhar uma Lampreia, os conselhos são que de preferencia devem estar vivas, que sejam fêmeas e com ovas.
Dizem que as ovas ajudam a reforçar a consistência e sabor do refogado.
E este, apesar dos contratempos, parece ser até um ano particularmente muito bom. “ Ovada foi boa.
A ovada foi sossegada e que faz que nos próximos anos haja mais lampreia.” Dizem os pescadores.
Santo Deus! Até finais de Marco os admiradores da Lampreia podem lambuzar-se a comer este petisco.
A Lampreia é apanhado na região do Minho, na zona de Vila Nova da Cerveira!
É difícil de cozinhar e da muito trabalho e exigência.
Depois de limpa, a Lampreia e aberta com uma bacia por baixo para guardar a sangue.
Retira-se a tripa e é cortada e temperada com vinho tinto e outros condimentos a gosto e fica a repousar.
Segue-se o fogão onde é refogada e cozinhada, seja com arroz ou a Bordalesa.
Achoque não tenho estômago para tal pitéu.
Aproveite quem gosta.
Depois acaba!