Jantar em confinamento
E quando somos surpreendidos à última da hora, por um convite de um amigo para jantar?
Eu sei que estamos em confinamento e dever de recolhimento, mas somos colegas de trabalho, estamos juntos todos os dias, e mais importante, fomos testados à Covid, no dia anterior, com resultados negativos.
Funciona mais ou menos como se fosse take-away!!!
E agora?
Não tenho nada em casa para levar, como é que me vou “desenrascar”?
Nada como passar num supermercado perto de si, neste caso o Continente, que está actualmente com a sua habitual “Feira de Vinhos e de Fumeiro”.e estamos safos!
Ora bem, este meu amigo, só bebe bons vinhos, é apreciador, sobretudo de vinhos do Douro, e, portanto, não posso ficar mal visto.
Vamos lá percorrer a vasta oferta, e melhor ainda, aproveitar as promoções desta Feira.
Prateleiras percorridas, chamou-me a atenção este vinho que vos falo hoje, por haver só 3 ou 4 garrafas na prateleira (sinónimo da produção pequena, relativas às grandes marcas), depois pelas “medalhas” que ostentava.
Depois e porque um bom vinho, pede um bom enchido ou queijo, optei pelo primeiro. E já que estávamos no Norte do País, vamos levar um enchido da zona.
Ora vamos lá então por partes, chegado a casa deste (confesso que estava mais entusiasmado com a minha compra, do que ele), vamos lá abrir, e a “ver” o que lá está dentro.
Ora então vamos lá desvendar o mistério. O vinho chama-se Valle de Pradinhos, e é da Região de Macedo de Cavaleiros (vale a pena visitar), e é produzido nos terrenos da Exploração Agrícola do Casal de Valle Padrinhos, estabelecida naquela região e propriedade da mesma família, desde 1913.
É um Tinto Reserva de 2018, com uma cor bastante escura e opaca, como que cerejas maduras.
Ao abrir, não se nota cheiro a álcool, embora a graduação indique um teor alcoólico de cerca de 14,5º, mas um aroma complexo e intenso, de frutos do bosque, e com um ligeiro toque a baunilha.
Servido o vinho, vamos deixar respirar, para poder “abrir” toda a intensidade caraterística dos vinhos desta região.
Copo (bom) na boca e primeira impressão: aroma complexo, vinho suave, com sabor frutado a frutos do bosque.,
Vinho elegante.
Por alguma razão este vinho foi premiado numa série de concursos internacionais, vale a pena provar.
Para acompanhar este vinho, vamos lá escolher um acompanhamento. Opto pelo queijo ou por um enchido?
Desta vez, vamos para o segundo, e para fugir ao tão na moda “Enchido de Porco Preto”, optei por um Salpicão do Lombo.
Desta vez a escolha foi para um enchido minhoto da Quinta dos Fumeiros.
Quinta dos Fumeiros é uma organização familiar situada em Ponte de Lima (região lindíssima, a conhecer), fundada pela D. Aurora Miranda do Rego, que começou a sua criação de suínos, depois um pequeno talho, e depois finalmente o grande salto para o que é agora a Quinta dos Fumeiros.
Cortado em fatias fininhas, o cheiro a fumeiro, invade a sala, onde íamos degustar esta iguaria, enquanto o maravilhoso jantar preparado pelo meu amigo, apurava no forno.
O intenso cheiro a fumeiro, avoluma-se quando o começamos a saborear, pleno de sabor a carne de porco, temperado em vinha d’alhos e um ligeiro “toque” de pimentão.
Maravilhoso, que sabor intenso. Vale a pena provar. (foi todo!)
Ora aqui fica então um pequeno retrato de um convite de última hora, com o complemento de dois produtos nacionais, que facilmente podemos adquirir numa pequena superfície perto de si, ou melhor ainda, no comércio tradicional.
Duas notas finais:
- Um dia vou voltar a falar destes produtos que agora inovaram e produzem enchidos a partir de frango e peru, o que nunca prvei até hoje por resistencia, e…
- O jantar do meu amigo estava maravilhoso!!!