“Barca Velha” 2011
Nem acredito que estou a escrever este artigo, tudo o que vos conto é muito emocional!
Eu e o “nosso” amigo Mário, editor do “coisas boas em alta” tínhamos um desejo:
Beber um “Barca Velha“, conhecido por ser o melhor vinho português.
Investigámos, mas as garrafas mais baratas custavam 800€, um enorme investimento para nós.
Fomos adiando esse projeto ao longo dos anos, mas sempre com a promessa de num aniversário o fazermos.
O Mário deixou-nos sem nunca termos tido essa experiência.
Há cerca de um ano inscrevi-me numa escola de Padel, o “Vive Padel” onde acabei por criar laços afetivos com os outros alunos, professores e coordenador da escola.
A nossa relação estendesse para além dos jogos, há um ambiente familiar que me deixa muito confortável.
Num primeiro jantar do Padel em minha casa, contei a história da perda do Mário e a tristeza que sentia por não ter partilhado um “Barca Velha” com ele.
O Gonçalo, aluno da turma e grande apreciador de vinhos, defendia que o “Barca Velha” não era um vinho do outro mundo, que tinha várias garrafas em casa e que no primeiro torneio que vencêssemos, abriria uma garrafa.
Óbvio, que perdemos todos os torneios que fizemos, mas construímos uma amizade.
No sábado passado, promovemos mais um jantar de turma.
A proposta era fazer uma prova cega de vinho, teríamos de classificar os vinhos que ele escolhera.
Quando chegámos ás garrafas estavam já abertas e devidamente tapadas com papel de alumínio.
Quatro vinhos do outro mundo, muito bons.
Pontoámos os vinhos e no final ficámos a saber o que estávamos a beber.
Tive uma emoção gigante, o Gonçalo tinha aberto um “Barca Velha”!
Senti as lágrimas e uma gratidão gigante.
Olhei para a minha avaliação e o “Barca Velha” aparecia na segunda posição.
É sem dúvida um vinho muito bom, mas está claramente inflacionado.
Tem classe, é discreto, feito com muito rigor.
Foi uma noite incrível, que nunca mais vou esquecer.