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Um dia de sorte e um espetáculo para não esquecer

Fui à Livraria do Teatro Nacional D. Maria II quando estava em exibição, com as salas sempre esgotadas, CATARINA E A BELEZA DE MATAR FASCISTAS de Tiago Rodrigues, que assinava também a encenação.

Ao passar pela bilheteira perguntei por graça – «a que ministro devo meter cunha para ver este espetáculo?».

Os funcionários, que me conhecem e são meus amigos, riram-se e disseram que talvez fosse possível arranjar um bilhete para aquela noite.

Naquela noite não podia pois já tinha bilhetes para outro espetáculo. E precisava de dois bilhetes.

Foram verificar e disseram-me que para o dia seguinte havia duas desistências no primeiro balcão mas separados. Eu disse logo que sim, pois perante uma sorte destas não se pode hesitar.

E foi mesmo um dia de sorte, pois vi um dos espectáculos mais perturbadores da minha vida.

Um texto magnifico que nos questionava permanentemente e nem nos dava tempo de pensar e decidir qual a nossa posição perante a questão colocada, para nos apresentar outra ainda mais difícil de resolver ou opinar.

Na cena um brilhante naipe de actores, colocava os problemas com uma qualidade artística pouco comum.

E a cena era bela com um cenário eficaz, que deixava espaço livre e buscava uma estética nada convencional.

À maneira que o espectáculo avançava a sala começou a agitar-se e progressivamente a manifestar-se, a dialogar com a cena e mesmo a protestar de viva voz.

Saí da sala perturbado, inquieto e com uma vontade grande de ver o espetáculo outra vez.

Comecei a recomendar a toda a gente que fosse tentar a sua sorte.

O Teatro D. Maria tem compromissos que não pode alterar, mas já me chegou a notícia de que vai repor o espetáculo.

E eu estarei na fila para comprar o meu bilhete.

Amigos estejam atentos pois vale mesmo a pena ver, reflectir e recordar.

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