
Sétima Legião ao vivo no casino do Estoril
Sexta-feira, e as autoridades recomendavam que as pessoas ficassem em casa.
A tempestade ainda se fazia sentir, o caos nas ruas de Lisboa era evidente, com árvores derrubadas pelo vento.
Mas a Sétima Legião atuava no Casino do Estoril.
Uma banda que tinha encerrado atividade em 2000, mas que naquela noite de sexta-feira prometia animar o público.
Saí de casa com muitas horas de antecedência, pois não tinha a noção de como estaria o trânsito a caminho do fim de semana, ainda mais com uma tempestade em atividade.
Cheguei cedo e, por isso, decidi entrar na sala de jogo para tomar um café. Estranhei o facto de terem ficado com todos os meus dados do Cartão de Cidadão, fazendo uma cópia de ambos os lados. Nem sei se isso é legal!
A sala do concerto era o espaço onde o Casino costuma realizar os seus eventos. Um lugar lindíssimo, cheio de requinte.
O concerto estava marcado para as nove da noite, com uma primeira parte a cargo de uma dupla chamada “Manuel Fúria“. Um projeto nacionalista na onda da eletrónica.

Achei muito corajosa e atrevida a forma como abordaram o público, com letras provocatórias. A sonoridade transportou-me para os anos 80, fazendo-me lembrar os “Soft Cell“.
Meia hora depois, entravam em palco os Sétima Legião.
Parecia que não tinham passado 40 anos, cheios de vigor e energia.
Olhando para o palco, percebia-se que o tempo passou, mas, mesmo assim, senti que estava a ver um grupo de rapazes que se reuniu para uma noite de pura diversão.
Fiquei surpreendido com o visual de Paulo Abelho, com quem privei nos anos 90. O tempo deixou marcas visíveis, mas, ainda assim, ele vivia cada minuto como se fosse o último!

Os temas foram surgindo e o público, que enchia a sala, vibrava. Era um verdadeiro jogo de memórias que ali acontecia.
Senti um arrepio com “Noutro Lugar“, do álbum “Mar de Outubro”. O tempo também passou por mim, e os Sétima Legião fazem parte da minha história de vida.
Houve referências constantes a quem fez parte da trajetória da banda, com um carinho especial pelo malogrado Ricardo Camacho, falecido em 2018.

O público vibrou com “Por Quem Não Esqueci“, “Glória” e, claro, “Sete Mares“, que acabou por ser tocada duas vezes no alinhamento.
Voltei para casa satisfeito com o que vi. Foi um verdadeiro exercício de memória com uma banda que marcou a minha vida, por quem guardo uma ternura gigante!

