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Milhanas no Teatro Maria Matos

Só agora, Milhanas apresentou em Lisboa o seu álbum de estreia, “De Sombra A Sombra.” 
 

Primeira surpresa, a abertura do espetáculo: à frente de um palco escuro e com o chão iluminado com luzes de Natal, na penumbra, sentado, Ricardo Ribeiro oferece-nos “As Mondadeiras”, antes mesmo da entrada da estrela da noite. 
E que estrela! 
 
De entre a nova geração, Milhanas é um caso à parte, que nos entranha, derrota e arrebata. 
 
Depois, as outras surpresas, os convidados, um a um e de seguida: Luís Guerreiro (guitarra portuguesa), Luísa Sobral, Agir, Samuel Úria e Van Zee.  Como ela disse, músicos e cantores que a inspiram. 

 No fim, e sempre: Milhanas, enorme Carolina Milhanas, com a sua banda.  


E provou tudo o que dela esperava: é uma abençoada miúda, uma intérprete de excelência, uma voz incrível e grave, um timbre único que nos deixa ouvir e sentir todas as palavras. 
 

Um talento, sem paralelo por cá.  
Parece que reuniu e reencarnou várias almas naquele corpo de mulher.  

Saí completamente rendido, sim, mas consegui aguantar as lágrimas, mesmo durante a sublime e arrepiante versão de “Silêncio E Tanta Gente” de Maria Guinot

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