Da Covanca a Lisboa são aprox 255 kms.
Este foi o percurso feito por muitos e bons empresários da restauração, alguns deles ligados à AHRESP (Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal).
Deste concelho, saíram casas famosas como as do Grupo Alfredo de Jesus, que aos 10 anos rumou a Lisboa vindo da aldeia de Covanca (Concelho de Pampilhosa da Serra). Comecou por trabalhar na Leitaria Pátria, uma casa centenária no Campo dos Mártires da Pátria, da qual se tornou sócio.
Na senda do saudoso Alfredo de Jesus, e muito impulsionadas por este, abriram inúmeras casas de renome de gente daquele concelho na Região de Lisboa: O Verde Gaio, a Cervejaria Europa, O Solar dos Duques, O Magano, o Novo Coelho da Rocha, o Sem Nome, o Restaurante Altoceira, A Churrasqueira da Bela Vista, agora na Rebelva, a Eira, o Dom Bacalhau na expo, o Miudinho em Carnide e muitos mais…..
A Dona Célia Semanas, uma cozinheira de mão cheia, também ela da Covanca, dá à cozinha dum restaurante em AL balade (origem árabe de Alvalade que significa atrás dos muros) a excelência dum restaurante que é uma verdadeira PÉROLA.
Ninguém duvide que a excelência dum restaurante está atrás dos AL Balades do Balcão (cozinha)
Esta, que é de há uns tempos largos, uma das minhas segundas casas, prima pela sua gastronomia a preços acessíveis, sendo, na minha modesta opinião, uma das melhores de Lisboa na relação preço/qualidade.
O casamento perfeito da boa gastronomia beirã, com a arte de bem servir e simpatia minhota do Sr. António (o Marido), do Francisco (o filho) e do Bruno (o sobrinho), fazem do restaurante um ambiente verdadeiramente familiar.
O peixe é sempre fresco, escolhido pelo sr. António, na sua maioria do Bom mercado do Bairro de Alvalade, e grelhado com a mestria de quem trata as brasas por tu.
E o que dizer da esplêndida Chanfana de Cabra, das iscas, da entremeada e do saboroso bife à Pérola, que fazem as delícias da clientela assídua?
Visito este restaurante há mais de 10 anos e continua a satisfazer-me como no primeiro dia. Aqui o fiel amigo tem sido outro: o atum, verdadeira carne do mar, nunca me falhou. O paladar do bife de dimensão generosa, os magnificos grelos salteados, as batatas a murro, aromatizadas com um azeite soberbo e com o alho em dose qb geram uma cumplicidade de sabores própria de uma verdadeira e harmoniosa amizade. Quando a estes ingredientes se junta uma confeção feita com amor, dedicação e muita humildade o resultado só podia ser excelente!
Quando chego à sobrenesa, o espaço sobrante no estômago faz-me duvidar da minha capacidade de ingerir o que quer que seja mais. Depois, os meus olhos pousam na tigelada e o pecado da gula é logo perdoado por tanta doçura conventual. Confecionada à base de ovos, leite e mel e tipicamente servida em caçoilas de barro, a tigelada é mais uma pérola da D.Célia.
Esta casa, que tão bem nos transporta para as joias gastronómicas da beira baixa, consitui, sem sombra de dúvida,, uma montra de ourivesaria alimentar com a grande vantagem de nela se pagar uma conta com poucos quilates