Almada e o Teatro
Acho que nunca falhei um espetáculo em Almada e nunca um Festival claro.
Nem sempre vou às estreias, mas encontro sempre as casas cheias, de um público entusiasmado, que bate palmas e grita bravos.
A Companhia de Teatro de Almada tem de facto um público dedicado e entusiasta que assume que aquela é a sua Companhia.
E não é por acaso.
É o resultado de um longo trabalho, de uma imensa tarefa de muitos anos, a que se chamou Mobilização de Público.
Essa mobilização era o contacto directo com os potenciais espectadores de teatro, que ao teatro iam por prazer, por empenhamento cultural, por dever social, por convicção política e vontade de transformar a realidade.
Era explicar que o Teatro era uma assembleia que nos unia, que nos fazia pensar, que ajudava a mudar o mundo, que nos enriquecia do ponto de vista humano, que nos fazia reflectir sobre os defeitos e virtudes, as nossas e as dos outros, e da sociedade.
E hoje é um prazer encontrar sempre as casas cheias.
E o Festival é o maior encontro de Teatro do País, onde é possível ver o que de melhor se faz no mundo inteiro, onde encontramos os amigos que amam o teatro, onde é possível discutir com os entendidos, a começar pelos próprios criadores e com os que fizeram do teatro a razão das suas vidas.
O Festival de Almada estendeu-se para Lisboa porque ao Teatro de Almada vai regularmente um grande número de espectadores de Lisboa e não é possível acolher tanta gente em Almada nos 15 dias do Festival entre 4 e 18 de Julho.
O que cresceu o Festival desde da primeira vez que eu o vi no pequeno pátio do Prior do Crato, junto à Casa da Cerca.
E ao terminar queremos dizer que não esquecemos que o primeiro espectáculo do Teatro dos Aloés estrou no que hoje é o Teatro António Assunção.
E ainda uma palavra de apreço para o Município de Almada que desde sempre assumiu o Teatro como um catalisador do progresso social.
Um Abraço e Força Companheiros, estamos convosco.